A RECOMPENSA DO MUNDO
A rainha Isabel da Inglaterra, de triste memória, tinha entre os nobres de sua côrte um extraordinário bailarino, chamado Tomás Pando.
Quando bailava, todos gritavam com delírio: "Outra vez! bis, bis!"
E êle continuava bailando. Mas um dia estava tão cansado que suas fôrças não lhe permitiam nenhum esfôrço. Mas a fanática rainha gritou: "Repete, repete". E Tomás, para fazer-lhe a vontade, bailou, nas últimas voltas, porém, teve vertigem e caiu ao solo. Puseram-se todos a rir, e a rainha gritou: "Levanta-te boi!"
O pobre bailarino ouviu o insulto, mordeu os lábios e levantou-se. No dia seguinte desapareceu da côrte. Fugiu para os montes e nunca mais foi visto bailar.
Assim são as recompensas do mundo. Aos aplausos, louvores e sorrisos sucedem quase sempre o abandono, o desprêzo e o amargo insulto: "Levanta-te, boi!"
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