25 de agosto de 2018

Retratos de Nossa Senhora, Juan Rey, S. J.,

RETRATOS DE NOSSA SENHORA


A Inteligência da Santíssima Virgem

Parte 4/7

Conheceu a Deus como o conhecem os bem aventurados no céu?
A divindade habita numa região inacessível a todas as inteligências criadas. Nem os anjos nem os homens podem ver a Deus com as suas forças naturais, nem ainda depois de terem saído deste mundo.
Tem que lhes dar Deus gratuitamente uma luz especial que se chama " lumen gloriae", luz da glória, e com essa luz os homens e os anjos podem ver a Deus. Os anjos e os santos do céu têm continuamente essa luz, sem que nunca se apague; por isso vêem sempre a Deus.
A Santíssima Virgem enquanto viveu neste mundo teve essa luz algumas vezes; e com ela pôde contemplar a divindade.
 A Mãe de Deus não havia de ser menos que Moisés e que são Paulo, que alguma vez foram favorecidos por Deus neste mundo com esta contemplação.
Em que ocasião desfrutaria a Santíssima Virgem da visão de Deus? Pelo menos nos momentos mais solenes da sua vida. No momento da sua conceição imaculada, quando Deus a formava e lhe comunicava os seus dons sobrenaturais. No momento em que seu filho glorioso se lhe apresentou depois da ressurreição para a consolar dos sofrimentos que havia padecido durante a paixão. No momento da sua morte; pois Maria morreu de amor a Deus, e esse amor acendeu-o a visão da divindade.
Também veria a Deus em outras ocasiões solenes da sua vida?
Te-lo-ia visto, por exemplo, na cova de Belém quando o seu Filho nasceu?
Com razão o podemos crer.
A inteligência da Virgem Santíssima contemplou a Deus, e contemplando a Deus, teve um conhecimento grande dos atributos divinos: da sua imensidade, da sua bondade, da sua sabedoria, do seu poder.
E quando Maria teve no seu seio o Verbo de Deus, o conhecimento das coisas divinas foi sem dúvida maior. 
O seu Filho era a sabedoria divina, como se chama à segunda pessoa da Santíssima Trindade; e dessa fonte divina, a sabedoria tinha que transbordar e comunicar-se à alma da Santíssima Virgem.
Aquele foco infinito de luz divina aceso dentro dela, não podia deixar de a iluminar. Além do conhecimento da divindade, Deus infundiu-lhe o conhecimento de outras coisas que exigia a sua dignidade.

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