29 de março de 2009

TEMPUS PASSIONIS

TEMPO DA PAIXÃO

Do 1º Domingo da Paixão ao Sábado Santo.

EXPOSIÇÃO DOGMÁTICA
No decurso destas duas últimas semanas da Quaresma, que nos vão levar ao limiar da Páscoa, a Igreja esforça-se por nos fazer reviver consigo as circunstâncias, que prepararam e envolveram a morte do Salvador.
Pelo seu estreito nexo com o Tempo Pascal, o Tempo da Paixão é já uma evocação da nossa redenção pelo sangue de Jesus. Antes de celebrar a ressurreição do Salvador, em que nos são aplicados os frutos da redenção, a Igreja deseja fazer-nos seguir passo a passo o duro combate que Ele teve de travar, para no-la merecer. O longo retiro da Quaresma termina, deste modo, no contemplação do combate singular que conseguiu arrancar o homem ao pecado, e merecer-lhe a salvação. Evocação essencial e consoladora. O nosso esforço pessoal de retificação e reparação não é posto de parte, mas o seu valor e eficácia derivam, exclusivamente, da sua união à Paixão d'Aquele que tomou sobre Si os pecados do mundo e os expiou. Em virtude da solidaderiedade misteriosa, que existe entre todos os membros da imensa família humana, Jesus, filho de Deus feito homem, substitui os seus irmãos culposos. "Fez-se pecado por nós", diz São Paulo, "para carregar sobre seus ombros o fardo dos nossos pecados, até ao alto da Cruz."
Mas Cristo triunfa, imolando-se. Triunfa do mal e de Satã, e vinga os direitos de Deus sobre o mundo. O demônio, "príncipe deste mundo", é escorraçado. Realiza-se, enfim, o oráculo de David: "Deus reina pela Cruz". A meio da Semana Santa, naquela mesma hora, em que, na Sexta-Feira das Trevas, ela se recolhe no luto e na meditação da morte do Salvador, a Igreja convida-nos a prostrar-nos diante da Cruz, para a saudar como fonte da nossa alegria: "Eis o madeiro da Cruz, donde esteve suspenso o preço da salvação do mundo; vinde, adoremo-Lo." E, imediatamente a seguir, vem um prenúncio da Ressurreição: "Adoramos, Senhor, a vossa Cruz. Louvamos e glorificamos a vossa Ressurreição."

APONTAMENTOS DE LITURGIA
Vai acentuar-se o caráter austero da Quaresma. A Igreja cobre de véus roxos os crucifixos dos altares e imagens dos santos; na Quinta-Feira Santa, desnudará os altares e imporá silêncio não somente aos órgãos, mas também ao som augusto dos sinos. O interior dos templos, em que tantas graças se distribuem, e em que, ordinariamente, o culto se reveste de fausto, ostenta agora um aspeco de luto desacostumado.

RUBRICAS
I. As férias da primeira semana da Paixão, são semelhantes às da Quaresma;
II. Nas Missas do Tempo, omite-se o salmo Judica me; o Gloria Patri no fim do intróito, do lavabo e no responsório de completas, mas não no fim dos salmos;
III. A Semana Santa tem liturgia própria.

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