27 de fevereiro de 2018

Retratos de Nossa Senhora, Juan Rey, S. J.,

RETRATOS DE NOSSA SENHORA

Nossa Senhora Dona De Casa


Parte 1/4

Ao fazer o retrato de Maria, dona de casa, temos de começar perguntando: Onde esta a casa da Virgem Santíssima? 
Seu filho vinha a ser o Rei do mundo; a casa devia estar na capital do império romano. Em Roma não encontrareis a casa da Virgem Santíssima. Seu filho seria a luz do mundo; a casa de sua Mãe devia estar na cidade dos sábios, artistas e filósofos. Em Atenas também não encontrareis a casa da Virgem Santíssima. Seu filho era o Messias profetizado e esperado; a casa da Virgem Maria devia estar em Jerusalém, a cidade santa, onde viviam os doutores das Escrituras, em cujo templo todos os dias se elevavam súplicas pedindo a vinda do Messias libertador. Em Jerusalém, também não encontrareis a casa da Virgem Santíssima.
Maria tem a sua casa em Nazaré. E onde é Nazaré? Atravessai a fértil planície de Esdrelon. Penetrai num desfiladeiro e num vale pitoresco; na descida de uma colina encontrareis algumas casas, agrupadas junto de uma fonte: é isso Nazaré. 
E, como é a casa da Virgem Santíssima? Como as outras casas da aldeia: parte cavadas na colina e parte construídas, meio casas meio covas. Em frente da casa há um pátio cercado por um muro. O pátio nas aldeias da Palestina é tão importante como a própria casa. Às vezes o pátio é comum a várias famílias, pois as portas das casas dão para ele. Ali há trepadeiras e árvores, de ordinário figueiras e videiras.
Ao sol durante o inverno e a sombra durante o verão, a mãe da família faz a maior parte dos seus trabalhos domésticos no pátio.
Que cenas tão celestiais teriam lugar no pátio da Sagrada Família, frequentado por Maria e pelo Menino Jesus!
Atravessemos o pátio e dirija-mo-nos ao interior da casa. Subamos um degrau e penetremos no compartimento principal, que é a sala de jantar e dormitório. A impressão que recebemos é de obscuridade. A luz brilhante do sol oriental só entra pela porta e por simples janela aberta perto da porta.
Jesus diz numa das suas parábolas: a mulher que perdeu um dracma no interior da casa, acende a luz para a procurar. Percorramos com a vista os móveis da habitação. Pregada na porta, uma caixa de madeira, que contém um pergaminho, onde estão escritos alguns preceitos da lei mosaica. Quando José sai de casa toca com a mão o pergaminho. Jesus também o faz depois de crescido. Os bons cristãos tomam água benta ou pelo menos benzem-se quando saem de casa. Num canto da sala, o moinho de mão, e talvez o forno portátil.
Ao lado das paredes, ânforas, tigelas de barro, utensílios de cozinha. Umas almofadas no chão para se sentarem. A comoda onde guardam os vestidos de festa. Uns colchões quase esteiras, que durante o dia se guardam e à noite se estendem e servem de cama.
Os móveis foram feitos por José, que é carpinteiro e marceneiro. Com que esmero e carinho trabalhou neles! Eram para o Filho de Deus e para sua Mãe. Tudo esta limpo e arrumado. Em Nazaré há casas mais ricas; mas mais bem cuidada, nenhuma.
A Santíssima Virgem é a grande dona de casa.

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