27 de dezembro de 2015

Tesouro de Exemplos - Parte 29

MUITO BEM, CARO PRÍNCIPE!

Certo dia estavam á mesa de Frederico o Grande numerosos convidados. A conversa versava sobre Jesus Cristo. O rei, cada vez que pronunciava esse nome, acrescentava uma blasfêmia. O príncipe Carlos de Hesse, neto de Jorge II da Inglaterra, que estava presente, baixou os olhos e permaneceu silencioso. Quando o rei o percebeu, interpelou-o com vivacidade:
— Diga-me, caro príncipe, você acredita nessas coisas?
— Majestade, replicou o príncipe, estou certo de que Jesus Cristo morreu na cruz como Salvador meu, como estou certo de falar neste momento com Vossa Majestade.
O rei ficou algum tempo absorto em seus pensamentos; depois, abraçando a Carlos, disse:
— Muito bem, caro príncipe, você é o primeiro homem inteligente que encontrei nessa ilusão.
— Majestade, respondeu o príncipe, mesmo que seja eu o último, morrerei feliz nesta minha crença inabalável.
O resto da refeição decorreu em silêncio.
A noite, quando Carlos de Hesse passava por um corredor do castelo, o general Tanenzien, o homem mais corpulento e musculoso de seu tempo, põe-lhe as mãos sobre os ombros e, cobrindo-o de lágrimas, exclama:
— Bendito seja Deus que me deu vida bastante para ver um homem de coração confessar o Cristo perante o rei.
Carlos de Hesse, que narra essa passagem, acrescenta: As lágrimas e as felicitações daquele nobre ancião recordam-me um dos mais belos instantes de minha vida.
Oh! se todos tivessem a fé e a intrepidez desse príncipe!

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