Durante os dias solenes do Conclave, quando os cardeais se reúnem em silêncio, oração e discernimento para escolher o novo Sucessor de Pedro, a Igreja volta seu olhar para Aquela que é Mãe de Cristo e Mãe da Igreja: a Santíssima Virgem Maria. Sua presença espiritual neste momento é silenciosa, mas real e poderosa. Como Mãe amorosa e intercessora, Maria acompanha, ampara e guia a Igreja na espera do novo Pastor instituído por Deus.
1. Maria, Mãe da Igreja
O título “Mãe da Igreja” foi proclamado oficialmente pelo
Papa Paulo VI no encerramento do Concílio Vaticano II, mas é uma verdade vivida
desde os primórdios do Cristianismo. Maria, ao dar à luz o Salvador, deu também
ao mundo o Corpo Místico de Cristo — a Igreja. E aos pés da Cruz, ao ouvir de
Jesus: “Eis aí tua mãe” (Jo 19,27), a Igreja nascente recebeu Maria como Mãe
espiritual.
Como Mãe, Maria não abandona seus filhos. Ela intercede,
protege e conduz o povo de Deus em todos os tempos, especialmente nas horas de
decisão e prova. O Conclave é um desses momentos: uma travessia decisiva da
barca de Pedro, na qual a intercessão materna da Virgem se faz ainda mais
necessária.
2. Maria e o Espírito Santo
Maria é a Esposa do Espírito Santo. Foi sob a sombra do
Altíssimo que concebeu o Verbo Encarnado, e foi reunida com os Apóstolos no
Cenáculo, em oração, na espera do Pentecostes. Este modelo da Igreja orante se
repete em cada Conclave: enquanto os cardeais discernem, os fiéis se reúnem
espiritualmente em oração com Maria, suplicando um novo Pentecostes sobre a
Igreja.
É por essa íntima união com o Espírito Santo que Maria
participa, de modo especial, do discernimento da vontade divina. Sua
intercessão junto de Deus é tão poderosa que, segundo inúmeros santos, nenhuma
súplica sua é recusada.
3. Maria, modelo de silêncio, fé e docilidade
O Conclave se realiza no recolhimento e no silêncio, para
que os cardeais possam ouvir a voz de Deus. Neste aspecto, Maria é exemplo
perfeito: mulher do silêncio interior, que “guardava todas as coisas no seu
coração” (Lc 2,19), ela ensina à Igreja a escutar a vontade divina com
humildade e abandono.
Na escolha do novo Papa, a Igreja precisa da fé firme e da
docilidade que brilharam em Maria no momento da Anunciação: “Eis aqui a serva
do Senhor” (Lc 1,38). Que essa mesma disponibilidade à graça se faça presente
em cada cardeal reunido no Conclave.
4. Intercessão materna em tempos decisivos
A história da Igreja mostra como os Papas e os fiéis sempre
confiaram a Maria os momentos mais graves e decisivos. Em tempos de
perseguição, crise ou confusão, sempre se recorreu a Nossa Senhora. Foi assim
em momentos como:
A batalha de Lepanto, vencida sob
o manto do Rosário;
A consagração do mundo ao
Imaculado Coração de Maria;
As aparições marianas que chamam
à conversão e à fidelidade à Igreja.
Neste mesmo espírito, muitos Papas eleitos tinham devoção
ardente a Maria e, após sua eleição, consagraram seu pontificado a Ela. Bento
XV, Pio XII, João Paulo II ("Totus Tuus") e tantos outros
reconheceram em Maria uma verdadeira Mãe e Rainha do seu ministério.
5. Oração com Maria pela eleição do novo Papa
Unidos a Maria, os fiéis podem intensificar suas súplicas
durante o Conclave. Com o Rosário, as Ladainhas e a oração do Magnificat, o
povo de Deus participa espiritualmente do discernimento, pedindo que o novo
Papa seja um homem segundo o Coração de Deus, fiel à Tradição da Igreja, zeloso
pelo Evangelho e devoto da Virgem Santíssima.
Conclusão
No coração do Conclave, a Mãe da Igreja está presente. Como intercessora poderosa e modelo de fé, Maria acompanha silenciosamente a escolha do novo Pastor, sustentando os cardeais com sua oração e conduzindo a Igreja com sua ternura materna. Em sua companhia, a Igreja espera confiante, como no Cenáculo, o novo Vigário de Cristo, certo de que aquele que será eleito será, antes de tudo, um filho confiado aos cuidados da Mãe Santíssima.
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