20 de setembro de 2018

Retratos de Nossa Senhora, Juan Rey, S. J.,

RETRATOS DE NOSSA SENHORA

O Coração da Santíssima Virgem

Parte 7/9


O homem tem coração; porém a mulher tem mais.
O coração feminino encerra virtudes preciosíssimas; mas está exposto a grandes perigos. E é muito preciso que a mulher conheça as virtudes do seu coração para as cultivar, e os perigos para se defender deles.
Fisiologicamente o coração da mulher é mais sensível que o do homem. Os seus tecidos são mais delicados. Os seus nervos mais finos e impressionáveis. 
É um coração mais vibrante. Comove-se mais facilmente com as impressões que recebe. É um coração terno para amar e compadecido das desgraças alheias. Onde há uma desgraça, não falta a mão delicada de uma mulher que derrame bálsamo nas feridas. Esse coração terno para amar, é ao mesmo tempo forte para sofrer. Diz-se que o amor é forte como a morte; porém é-o sobretudo o amor da mulher.
Porque terá Deus feito assim o coração da mulher? Porque sem um coração assim não poderia cumprir a missão que tem no mundo: a maternidade. A mulher destinada a ter um lar tem que sofrer muito mais que o homem; e o sofrimento não se tolera se o coração não ama.
O caminho da maternidade é uma verdadeira Via Sacra; e para a fazer necessita-se o impulso do amor. No fim da Via Sacra espera-a o calvário do lar, e nele a cruz dos filhos, a cruz do marido.
Nessa cruz terá de viver cravada. Ao crucificado despojam-no de tudo para o crucificar. A esposa tem que renunciar a tudo para viver sacrificada no lar.
O crucificado vai perdendo lentamente as forças, o sangue, a vida. A esposa, a mãe vai deixando lentamente dia a dia, na cruz do lar a sua juventude, a sua formosura, o seu vigor, a sua saúde e a sua vida. O crucificado morre na cruz; a esposa, a mãe, morre também vitima do dever; e não poucas vezes a missão da maternidade traz-lhe a morte inesperada e prematura.
O crucificado não permaneceria na cruz, se não o prendessem cravos de ferro. A mulher não viveria nessa cruz, se não a prendessem os cravos do amor.
Jesus Cristo foi para a cruz e morreu nela, porque amou muito. A Virgem Santíssima permaneceu junto à cruz, porque amou muito.
A mulher para ir para a cruz do matrimônio, para viver nela e morrer nela, tem que amar muito. Por isso Deus lhe deu um coração forte para sofrer.

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