11 de junho de 2009

CATECISMO ROMANO - EUCARISTIA (PARTE 7)

I. EUCARISTIA COMO SACRAMENTO
Catecismo Romano
VII. DOGMAS EUCARÍSTICOS
VII.3. Subsistência das espécies sem a sua própria substância

Resta considerar um terceiro ponto, que parece ser a mais sublime e maravilhosa particularidade deste Sacramento. Sua explicação, porém, já será mais fácil aos pastores, depois de terem desenvolvido os dois pontos anteriores. É que neste Sacramento as espécies de pão e de vinho subsistem, sem nenhuma substância que lhes sirva de suporte.

Como há pouco se demonstrou, neste Sacramento está realmente o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor, de sorte que já não subsiste nenhuma substância de pão e de vinho, pois tais acidentes não podem ficar inerentes ao Corpo e ao Sangue de Cristo. Portanto, a única explicação possível é que eles se sustentam por si mesmos, sem se firmarem em nenhuma substância, por um processo que transcende todas as leis da natureza.

Esta é a doutrina que a Igreja sempre manteve como certa. Pode, por sua vez, ser facilmente comprovada pelos mesmos testemunhos que serviram, anteriormente, para evidenciar que, na Eucaristia, não resta nenhuma substância de pão e de vinho.

VII.4. Conclusão

No entanto, pondo de parte estas questões mais difíceis, o que mais importa à piedade dos fiéis é reverenciar e adorar a majestade deste admirável Sacramento, e considerar, além disso, a infinita Providência de Deus, porquanto estabeleceu a administração dos Sacrossantos Mistérios debaixo das espécies de pão e de vinho.

Com efeito, em sua natureza normal, o homem sente a máxima repugnância em comer carne humana ou tomar sangue humano. Foi, portanto, uma graça de infinita sabedoria, que Deus nos fizesse administrar o Santíssimo Corpo e Sangue nas espécies de pão e de vinho, que são os mais acessíveis e mais deleitáveis de nossos alimentos cotidianos.

Aqui entram também em consideração duas outras vantagens. A primeira é ficamos a coberto de aleivosas acusações, a que dificilmente poderíamos escapar, se os incrédulos nos vissem comer a Carne de Nosso Senhor em sua forma natural.

A segunda é que essa maneira de tomar o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor promove, em grau eminente, a fé de nossos próprios corações, porque não podemos averiguar, com os sentidos, a realidade de Sua presença. A isto se refere aquela frase tão conhecida de São Gregório: “Não há lugar para merecimento, onde a certeza provém da própria razão humana”.

Estas verdades, que estamos a explicar, os pastores não as devem propor senão com grande cautela, atendendo ao nível intelectual dos ouvintes e à necessidade das circunstâncias.

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