SANTA EULALIA, VIRGEM
Mérida, cidade ilustre, capital então da Lusitânia, foi o berço da claríssima virgem e mártir. Santa Eulália. Seu nascimento deu-se pelos fins do século terceiro, e contava cerca de doze anos, quando se desencadeou mais furiosa a perseguição de Diocleciano e Maximiano pelo ano de 304.
Os pais de Eulália eram cristãos fervorosos, e nada omitiam para dar-lhe uma educação correspondente ao seu nascimento e a sua fé. Tiveram a consolação de ver sua filha, desde os mais tenros anos, aplicada à prática das virtudes e ao amor de Jesus Cristo, ao qual bem cedo consagrou a sua virgindade. Tão vivo era o amor de Jesus Cristo, que ardia em seu peito, que os seus mais ardentes desejos eram derramar por ele o sangue e dar a vida, e suas maiores delicias ouvir 1er e contar os triunfos e vitórias dos mártires.
Tendo ouvido dizer que se publicara em Mérjda um edito imperial ordenando que todos sacrificassem aos ídolos, a querida santinha começou logo a dispor-se e preparar-se para o martírio. Percebeu isso sua mãe e, para moderar, os ardores talvez inconsiderados da menina, pintou-lhe ao vivo os horríveis tormentos que sofriam os confessores da fé; isso, porém, longe de intimidá-la, não serviu mais que para acrescentar estímulos novos às suas ânsias de sofrê-los pelo amor e glória do Redentor. Em vista disso, quando chegou a Mérida o executor das ordens imperiais, que se chamava Calpurniano, a boa mãe levou a menina para uma casa de campo, a fim de afastá-la do perigo. Tudo foi em vão, porque a santa menina, aguilhoada pelo amor de Deus, falou com outra menina, companheira sua, chamada Julia, e as duas combinaram fugir juntas e ir à cidade em busca do martírio. Saíram, pois, ocultamente, e de noite, sem luz e sem guia, dirigiram-se à cidade; e como Eulália queria chegar logo, ia muito depressa e era sempre a primeira. Júlia disse-lhe então:
— Apressa-te quanto quiseres, mas eu tenho o pressentimento que hei de morrer antes de ti.
E assim foi realmente. Caminharam toda a noite, por veredas ásperas, ferindo os pés nas pedras e espinhos, mas, finalmente, chegaram a cidade, onde imediatamente se apresentaram a Calpurniano.
Eulália, com santo zelo, censurou diante dele a impiedade do culto que os idólatras rendiam a estátuas de pedra ou de madeira. Surpreendido o juiz de ouvir tal linguagem dos lábios de uma menina, perguntou-lhe quem era e donde procedia a sua audácia.
— Sou cristã — respondeu a Santa; — adoro o verdadeiro Deus e é ele que me inspira o horror que tenho à vossa impiedade.
— Mas, menina, dize-me: sabes com quem falas?
— Sim, sei que falo ao governador, e digo que é uma impiedade obrigar os cristãos a sacrificar, aos deuses.
Tentou Calpurniano vencê-la primeiro com promessas e depois com ameaças, até que se convenceu que perdia tempo, porque a valorosa menina, a tudo respondia que era cristã e não desejava mais que dar a vida por Jesus Cristo. Em Vista disso entregou-a aos verdugos para que a atormentassem, e eles a açoitaram com látegos armados de chumbo, de sorte que bem depressa o seu delicado corpo não era mais que uma chaga; depois de despejarem azeite fervente nas feridas feitas pelos açoites; além disso, aplicaram tições acesos ao peito e às costas da mártir, a qual durante todo esse tempo não fez mais que bendizer a Deus e dar-lhe graças." O juiz, irritado com a constância sem exemplo de uma menina de doze anos, mandou dilacerá-la com unhas de ferro até descobrir-lhe os ossos. Eulália, vendo-se toda coberta de feridas e banhada no próprio sangue, ergueu os olhos ao céu e disse:
— Senhor meu Jesus Cristo, estas feridas dão-me a conhecer por vossa esposa; fazei-me digna de vós por vossa misericórdia.
Os verdugos, convencidos de que nada seria capaz de postar a sua constância, resolveram queimá-la viva; atearam, pois, uma fogueira ao redor dela; mas tão grande era o seu desejo de morrer por Cristo que, na fogueira, conservava a boca aberta como para aspirar as chamas. No momento de expirar a Santa, viram os circunstantes sair de sua boca uma pomba alvíssima e brilhante, que voou ao alto e desapareceu. No mesmo instante de sua morte caiu uma grande nevada, que cobriu seu corpo virginal. Os cristãos sepultaram-no, depois, num sitio próximo, sepulcro esse honrado por Deus com numerosos milagres. Hoje os seus restos mortais repousam numa capela dedicada à Santa, em Oviedo.
Enquanto sofria S. Eulália toda essa multidão de tormentos, sua companheira Júlia, presa como cristã, foi condenada e decapitada, cumprindo-se a sua predição de que morreria antes de Santa Eulália.
Festa de Santa Eulália: 10 de dezembro.
Os pais de Eulália eram cristãos fervorosos, e nada omitiam para dar-lhe uma educação correspondente ao seu nascimento e a sua fé. Tiveram a consolação de ver sua filha, desde os mais tenros anos, aplicada à prática das virtudes e ao amor de Jesus Cristo, ao qual bem cedo consagrou a sua virgindade. Tão vivo era o amor de Jesus Cristo, que ardia em seu peito, que os seus mais ardentes desejos eram derramar por ele o sangue e dar a vida, e suas maiores delicias ouvir 1er e contar os triunfos e vitórias dos mártires.
Tendo ouvido dizer que se publicara em Mérjda um edito imperial ordenando que todos sacrificassem aos ídolos, a querida santinha começou logo a dispor-se e preparar-se para o martírio. Percebeu isso sua mãe e, para moderar, os ardores talvez inconsiderados da menina, pintou-lhe ao vivo os horríveis tormentos que sofriam os confessores da fé; isso, porém, longe de intimidá-la, não serviu mais que para acrescentar estímulos novos às suas ânsias de sofrê-los pelo amor e glória do Redentor. Em vista disso, quando chegou a Mérida o executor das ordens imperiais, que se chamava Calpurniano, a boa mãe levou a menina para uma casa de campo, a fim de afastá-la do perigo. Tudo foi em vão, porque a santa menina, aguilhoada pelo amor de Deus, falou com outra menina, companheira sua, chamada Julia, e as duas combinaram fugir juntas e ir à cidade em busca do martírio. Saíram, pois, ocultamente, e de noite, sem luz e sem guia, dirigiram-se à cidade; e como Eulália queria chegar logo, ia muito depressa e era sempre a primeira. Júlia disse-lhe então:
— Apressa-te quanto quiseres, mas eu tenho o pressentimento que hei de morrer antes de ti.
E assim foi realmente. Caminharam toda a noite, por veredas ásperas, ferindo os pés nas pedras e espinhos, mas, finalmente, chegaram a cidade, onde imediatamente se apresentaram a Calpurniano.
Eulália, com santo zelo, censurou diante dele a impiedade do culto que os idólatras rendiam a estátuas de pedra ou de madeira. Surpreendido o juiz de ouvir tal linguagem dos lábios de uma menina, perguntou-lhe quem era e donde procedia a sua audácia.
— Sou cristã — respondeu a Santa; — adoro o verdadeiro Deus e é ele que me inspira o horror que tenho à vossa impiedade.
— Mas, menina, dize-me: sabes com quem falas?
— Sim, sei que falo ao governador, e digo que é uma impiedade obrigar os cristãos a sacrificar, aos deuses.
Tentou Calpurniano vencê-la primeiro com promessas e depois com ameaças, até que se convenceu que perdia tempo, porque a valorosa menina, a tudo respondia que era cristã e não desejava mais que dar a vida por Jesus Cristo. Em Vista disso entregou-a aos verdugos para que a atormentassem, e eles a açoitaram com látegos armados de chumbo, de sorte que bem depressa o seu delicado corpo não era mais que uma chaga; depois de despejarem azeite fervente nas feridas feitas pelos açoites; além disso, aplicaram tições acesos ao peito e às costas da mártir, a qual durante todo esse tempo não fez mais que bendizer a Deus e dar-lhe graças." O juiz, irritado com a constância sem exemplo de uma menina de doze anos, mandou dilacerá-la com unhas de ferro até descobrir-lhe os ossos. Eulália, vendo-se toda coberta de feridas e banhada no próprio sangue, ergueu os olhos ao céu e disse:
— Senhor meu Jesus Cristo, estas feridas dão-me a conhecer por vossa esposa; fazei-me digna de vós por vossa misericórdia.
Os verdugos, convencidos de que nada seria capaz de postar a sua constância, resolveram queimá-la viva; atearam, pois, uma fogueira ao redor dela; mas tão grande era o seu desejo de morrer por Cristo que, na fogueira, conservava a boca aberta como para aspirar as chamas. No momento de expirar a Santa, viram os circunstantes sair de sua boca uma pomba alvíssima e brilhante, que voou ao alto e desapareceu. No mesmo instante de sua morte caiu uma grande nevada, que cobriu seu corpo virginal. Os cristãos sepultaram-no, depois, num sitio próximo, sepulcro esse honrado por Deus com numerosos milagres. Hoje os seus restos mortais repousam numa capela dedicada à Santa, em Oviedo.
Enquanto sofria S. Eulália toda essa multidão de tormentos, sua companheira Júlia, presa como cristã, foi condenada e decapitada, cumprindo-se a sua predição de que morreria antes de Santa Eulália.
Festa de Santa Eulália: 10 de dezembro.
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