Das maravilhas que Santo Antônio operou na Itália. E, primeiro, de um menino tolhido a quem desembaraçou os membros
Estando Santo Antônio em Itália, ocupava os seus dias a pregar e a ouvir confissões.
Certa vez voltava ele do sermão, por caminho desviado e só, a fugir aos louvores dos homens que regressavam a casa depois de o ouvirem pregar, quando deu de caras com uma mulherzinha que
por aqueles desvios o procurava.
Trazia nos braços o filho que desde nascença era tolhido, e tinha esperanças de que, se o Santo sobre ele fizesse o sinal da Cruz, logo ficaria curado.
E por isso apenas deparou com Santo Antônio, lançou-se-lhe aos pés a pedir, com gemidos e lágrimas, houvesse piedade de mãe tão desconsolada, e sobre o filho que ali trazia, lhe fizesse o sinal da Cruz.
Escusava-se o servo de Deus como podia, retraído na sua profunda humildade; mas ela, a mulherzinha, é que não desistia e reforçava seus prantos e gemidos com o grito angustiado:
— Ó senhor, tenha compaixão de mim!
E o Padre Santo Antônio, apiedado daquela mãe aflita e do filho doente, e ainda porque seu companheiro, varão famoso em bondades, interveio também a pedir, traçou sobre a criança o sinal
da Cruz em virtude e em nome de Jesus Cristo.
Oh! maravilha de esperança! Logo, no mesmo instante, aquele que a triste mãe trouxera aleijadinho, se pôs de pé, e já a andar por si mesmo voltou a casa, alegre e são.
E o santo varão de Deus que não podia atribuir o milagre aos seus merecimentos, mas sim à fé da mulherzinha, instantemente pediu que, enquanto vivo fosse, a ninguém ela contasse o sucedido.
Ela pode ter obedecido, mas o esposo e o filho curado não tanto que o relato do milagre chegou até os nossos dias.
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