14 de março de 2011

VIA-SACRA EUCARÍSTICA - PARTE IV


VIA-SACRA EUCARÍSTICA
São Pedro Julião Eymard
(1811-1868)



Décima segunda estação
Jesus morre na Cruz

V. Nós Vos adoramos, etc.

Jesus morre para nos redimir. E sua derradeira Graça é o perdão aos seus carrascos. Seu derradeiro dom, todo de amor, é sua divina Mãe. Seu derradeiro desejo, a sede de sofrer. Seu derradeiro ato, o abandono de sua Alma e de sua Vida nas mãos do seu Pai.

Na divina Eucaristia, Jesus continua a me testemunhar o mesmo amor que me testemunhou na morte. Imola-se, todas as manhãs, no Santo Sacrifício da Missa, para depois perder sua existência sacramental no coração daquele que o recebe, e, se cair num coração pecaminoso, morrer pela sua condenação.

Da sua Hóstia Santa, ele me oferece as Graças de minha Redenção, o preço de minha salvação, mas, querendo que eu participe de tudo, pede-me para morrer com ele e por ele.

Concedei-me tão grande Graça, ó meu Deus – a Graça da morte ao pecado, e a mim mesmo, a Graça de não mais viver senão para vos amar na vossa Eucaristia.

Pai-Nosso etc.

Décima terceira estação
Jesus é entregue à sua Mãe

V. Nós Vos adoramos, etc.

Jesus é descido da Cruz e entregue nos braços de sua divina Mãe, que o aperta junto ao seu Coração, oferecendo-o a Deus, qual Vítima de salvação.

Cabe-nos, agora, oferecer Jesus, Vítima no Altar e nos corações, tanto por nós mesmos como por aqueles que nos são caros. Pertence-nos, é nosso. Deus Pai no-lo dá e Ele dá-se a si mesmo, para que frutifique em nossa alma.

Que desgraça, se um tal Dom, de infinito valor, não realizar o seu fim no meu coração, devido à minha indiferença!

Ofereçamo-nos em união com Maria e roguemos a essa tão boa Mãe que o venha oferecer conosco.

Pai-Nosso etc.

Décima quarta estação
Jesus é depositado no sepulcro

V. Nós Vos adoramos, etc.

Jesus quer passar pela humilhação do túmulo, ficando entregue à guarda de soldados inimigos, cujo prisioneiro ainda é.

É na Eucaristia, porém, que Jesus de fato está sepultado. Em vez de ficar três dias, fica para sempre entregue à nossa guarda. Constituiu-se nosso Prisioneiro de Amor.

O corporal envolve-o, qual outro sudário. A lâmpada arde ante seu Altar qual luz à entrada da sepultura. O silêncio de morte reina em redor.

Jesus, entrando em nosso coração pela Comunhão, quer ainda sepultar-se em nós. Saibamos, pelo menos, preparar-lhe uma sepultura honrosa, nova, alva, inteiramente livre de todo afeto terreno e embalsamemo-lo com o perfume das nossas virtudes.

Cheguemo-nos a Ele por aqueles que não se chegam, honrando-o e adorando-o no seu Tabernáculo, consolando-o na sua prisão. E para tal peçamos-lhe a Graça do recolhimento, e da morte ao mundo, a fim de levarmos uma vida toda escondida na Eucaristia.

Pai-Nosso etc.
Salve, ó Cruz, nossa única esperança,
Do mundo, salvação e glória;
Concedei ao justo aumento de graça
E, aos pecadores, perdoai-lhes os pecados.

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FONTE: A Divina Eucaristia - escritos e sermões de São Pedro Julião Eymard. São Paulo: Loyola, 2002. v3. p.261-278.

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