1 de junho de 2013

Tesouro de Exemplos - Parte 317

OCULTARA OS PECADOS

Em Lima, capital do Peru, uma senhora tinha três criadas. Uma era cristã, convertida do paganismo. Deixou, porém, a prática da oração, tornou-se leviana e livre nos costumes. Tendo adoecido, recebeu os sacramentos com pouca devoção. Revelou, depois, às suas companheiras de serviço, que tivera o cuidado de ocultar ao sacerdote todos os pecados que cometera. Alarmadas, as companheiras levaram o fato ao conhecimento de sua patroa, a qual alcançou da enfêrma a promessa de fazer uma confissão sincera. Marta, assim se chamava ela, confessa-se de novo e morre depois de algum tempo. Apenas exalou o último suspiro, começou o seu cadáver a espalhar um mau cheiro insuportável, e tiveram de levá-lo para fora da casa. O cão, por natureza tranquilo, pôs-se a uivar lúgubremente. Uma das criadas, indo dormir no quarto onde Marta falecera, foi despertada por rumores espantosos; todos os móveis eram como que agitados por uma fôrça invisível e atirados ao solo. Com a outra criada deu-se a mesma cena espantosa. Resolveram, pois, passar juntas a noite. Ouviram, a certa altura, a voz clara e distinta de Marta, que se lhes apresentou em estado horrível e rodeada de chamas. Disse-lhes que, por ordem de Deus, vinha fazer-lhes conhecer em que estado se achava e que fôra condenada por seus pecados de impureza e por suas confissões mal feitas. E acrescentou: "Contai a outros o que acabo de revelar-vos, para que não sejam vítimas da mesma desgraça". A estas palavras lançou um grito de desespêro e desapareceu (Villard, v. III).

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