DESTINO DE UMA ALMA
Um comerciante que se enriquecera muito cometendo tôda a sorte de fraudes, à hora da morte, chamou um tabelião e ordenou-lhe que ao seu testamento acrescentasse o seguinte:
"Quero que, depois de morto, o meu corpo seja devolvido à terra de onde saiu, e minha alma ao demônio ao qual pertence". As pessoas presentes ficaram aterrorizadas, e esforçaram-se por dissuadi-lo; mas êle insistiu com energia, dizendo: "Não me retrato. Quero que minha alma seja entregue ao demônio, junto com a da minha espôsa e de meus filhos. A minha, porque me enriqueci a custa de furtos e fraudes; a de minha espôsa, porque ela me induziu a tais pecados com seu luxo desmedido; as de meus filhos, porque, levado pelo amor que lhes tenho, nunca me decidi a restituir o que não é meus". Ditas essas palavras, expirou o infeliz sem poder reparar o mal que fizera.
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