18 de abril de 2011

A PROCESSÃO DO ESPÍRITO SANTO

O Credo também nos fala do Espírito Santo e o faz nesses termos: “Creio no Espírito Santo, Senhor e vivificador, que procede do Pai e do Filho”. Assim, o Espírito Santo não é gerado como o Filho, mas procede.

O ato divino que chamamos a processão do Espírito Santo não poderia ser mais misterioso. Procuremos as luzes que nos trouxeram os santos Doutores, para que possamos formar uma idéia dessa processão inefável. Essas luzes são belas, mas bem mais fracas do que a luz do próprio mistério que um dia nos será manifestado.

Eles dizem primeiro que um ser vivo pode sair de outro ser vivo e ter a mesma natureza sem no entanto ser seu filho. Eva saiu assim de Adão, tendo mesma natureza do que ele, sem ser sua filha. Não houve geração porque ela foi formada de uma de suas costelas; ela saiu de Adão mas não nasceu dele.

Em seguida, os doutores nos trazem de volta à alma humana e nos ensinam a achar nela uma pequena imagem da processão do Espírito Santo. Porque a alma, além de conhecer, ama. Ora, ela ama aquilo que ela conhece; a partir do conhecimento chegamos ao amor. Pelo conhecimento, damos nascimento espiritual em nós ao objeto conhecido; em seguida nos viramos, procuramos, pelo amor, esse objeto conhecido.

Assim, Deus se conhece a si mesmo e se conhecendo Ele se ama. O primeiro ato gera o Filho, o segundo dá origem ao Espírito Santo. O amor supõe o conhecimento, e por isso a processão do Espírito Santo supõe a geração do Verbo, e é ainda por isso que o Espírito Santo procede do Pai pelo Filho, o que exprime o Credo quando diz que ele procede do Pai e do Filho.

Podemos representar de modo humano a processão do Espírito Santo assim:

O Pai se contempla no seu Filho, o Filho se contempla no seu Pai. O Pai se inclina para seu Filho por amor, o Filho, por amor, se inclina para seu Pai. Esse amor é único, visto que eles têm a mesma natureza e que o Filho recebe este amor e todo seu ser do Pai. Este amor é um abraço inefável no qual eles se amam tanto quanto merecem ser amados. Ora, eles o merecem infinitamente, e por isso esse abraço é uma pessoa igual às duas outras e possuindo a mesma natureza, é o Espírito Santo.

O Espírito Santo procede assim do Pai e do Filho, ele é o laço de amor que os une, ele é o Coração, o Espírito, e ele encerra com brilho a série de processões divinas. Ó Bemaventurada Trindade!

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FONTE: EMMANUEL-ANDRÉ, Pe. O mistério da Santíssima Trindade. Niterói: Permanência, 2006. p.17-18.

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