25 de abril de 2011

A SANTÍSSIMA TRINDADE

A IMUTABILIDADE DAS PESSOAS DIVINAS

Acabamos de descrever, como pudemos, as processões divinas, ou seja, os atos com os quais o Filho é engendrado pelo Pai e o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Tentaremos agora explicar como esses atos são eternos. O que isto quer dizer?

Isto quer dizer que não devemos considerar a geração do Filho e a processão do Espírito Santo como atos passados, mas como atos presentes, que não passam nem jamais passarão. Não podemos dizer, com todo rigor, que o Pai gerou o Filho. Ele o gera agora, hoje, e este hoje permanece sempre, ele não tem nem véspera nem dia seguinte, é o que chamamos de eternidade. A eternidade está toda em um instante, mas num instante que não passa; e é nesse instante imóvel que se produzem as processões divinas.

Assim, o Pai engendra eternamente seu Filho; o Pai e o Filho produzem eternamente o Espírito Santo. Isso não quer dizer que as processões divinas estão sendo realizadas como algo ainda não terminado, incompleto, mas no sentido que, sendo já perfeitas e terminadas, elas se realizam sempre, por atos que não têm fim.

Imaginemos um homem que, eternamente, se olhasse num espelho. Sua imagem estaria sempre nele, nunca deixaria de se reproduzir ali. Assim o Pai não cessa de engendrar seu Filho, e o Espírito Santo não cessa de proceder dos dois. No céu, nossa beatitude consistirá justamente em contemplar para sempre estes atos divinos, que são a vida de Deus nele mesmo, vida imutável e inalterável, que pode ser chamada de eterno movimento no eterno repouso.

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FONTE: EMMANUEL-ANDRÉ, Pe. O mistério da Santíssima Trindade. Niterói: Permanência, 2006. p.18-19.

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