Continuação...
Quem mais do que ela compreende a sua nobreza e dignidade? Ouvi a sua doutrina.
Devemos respeitar o nosso corpo; e o seu primeiro título ao nosso respeito é ter sido feito pelas mãos de Deus; o segundo é ter sido feito pelo modelo do Verbo encarnado; o terceiro é ser o tabernáculo da alma.
Todas as criaturas saíram do nada, a uma palavra de Deus; o corpo, porém, foi feito pelo próprio Deus, que transfigurou em carne o barro primitivo; e, quantas vezes o modelava, tantas tinha diante dos olhos a carne do Adão futuro - Jesus Cristo.
Se vós, perguntava Tertuliano, que não sois tão hábeis como Deus, sabeis engastar as pedras preciosas da Índia e da Sitia, os rubins do Mar Vermelho, não no bronze, na prata, no ferro, mas no ouro mais trabalhado: se sabeis escolher para os vinhos e perfumes delicados vasos apropriados, Deus havia de escolher para a alma humana, feita à Sua imagem e semelhança, um tabernáculo menos digno?!
Não! Escolheu o corpo; e de tal modo o associou à alma, que ele é mais do que servo, é verdadeiro cooperador da alma e até mesmo seu co-herdeiro nos bens do tempo e da eternidade.
Vede: para que a alma seja batizada, é preciso que o corpo seja lavado.
Para que recebe a força necessária a sua derradeira jornada, é preciso que o corpo seja ungido.
Para que receba na ordenação dons especiais do Espírito Santo, é preciso que o corpo receba a imposição das mãos.
Para que o casamento se efetue, é preciso que dois corpos se permutem.
Para que a alma se nutra de Deus, é preciso que o corpo receba a carne e o sangue de Jesus Cristo.
Para que a alma faça penitência, é preciso que o corpo se mortifique.
É o corpo que lhe empresta as lágrimas da dor e do arrependimento, as mãos suplicantes para o céu, as genuflexões.
Para que a alma dê o supremo testemunho de sua fé, é preciso que o corpo sofra o martírio.
E de tal modo o corpo está associado à alma que diz o apóstolo São Paulo: “glorificai os vossos corpos, porque eles são membros de Jesus Cristo”.
Não é, portanto, a Igreja, mas o século que, desconhece a nobreza de nosso corpo; e o que ele chama libertá-lo é de fato escravizá-lo, porque a liberdade da carne, como a entende o século, é o homem entregue a todos os seus apetites, com os joelhos sobre tapetes, os olhos cheios de adultérios, e entregue a todas as abominações da sensualidade.
A castidade, a virgindade, o celibato, a abstinência e o jejum são preceitos regeneradores e não imposições absurdas.
A castidade, dizia São Francisco de Sales, é o lírio das virtudes, e tem entre todas as virtudes esta especialidade de ser ao mesmo tempo a virtude da alma e do corpo.
Ela tem sua origem no coração, mas pratica-se pelos sentidos, e, pois, perde-se, não só pelos pensamentos e desejos, mas por todos os sentidos exteriores: pode-se perdê-la por tantos modos quantos meios há de impureza.
Quanto à virgindade, ela é o ideal da carne; não, sem dúvida, da carne prostituída, mas disciplinada pela alma.
Não é só o coração do homem, diz a Escritura, que aspira a Deus; é também o seu corpo, a sua carne; e, quando tantas criaturas aviltam seu corpo até a condição dos brutos, é belo ver que outras o glorificam até a pureza dos anjos. Até a pureza do anjo, sim; porque o caráter do anjo é que ele não tem corpo, o caráter da virgindade é viver como se o tivesse.
Quem pode, perguntava eloqüente orador, descrever os encantos da virgindade? Eu sei que na terra há um amor puro, santo, sacramental; mas, por mais belo que ele seja - o amor conjugal tem duas enfermidades profundas: é terrestre, sujeito a influência dos sentidos: exclusivo, absorve dois seres um no outro, a custa dos grandes amores humanitários.
A virgindade é a necessidade de amar eternamente; é o amor além do túmulo; o amor que não será terrestre, nem exclusivo, não será absolvido por um só pensamento, mas no qual, os véus da carne despedaçados, o coração desoprimido do peso dos sentidos, Deus visto face a face, todos os eleitos serão como os anjos de Deus no céu.
Também o celibato não escraviza a natureza humana.
Todos os povos, diz De Maistre, acreditaram que há na continência alguma coisa de celeste que exalta o homem e o torna agradável a Divindade.
A história confirma-o. A Índia, a Pérsia, a Arábia, o Egito, a Grécia, Roma, tiveram preitos para este sentimento, que, sendo universal, deve ter uma causa universal.
A humanidade sempre entendeu que as funções sacerdotais não se harmonizam com o casamento; e a Igreja, conformemente à doutrina de Jesus Cristo, ao ensino dos apóstolos, doutores e padres, fez do celibato um preceito para certa ordem de pessoas.
Jesus Cristo viveu virgem; quis nascer de Mãe virgem; e o mistério da Eucaristia, não sendo senão a reprodução da Encarnação deve ser consumado por um sacerdócio votado a continência.
A Igreja exalta a virgindade, estabelece o celibato; mas por isso não deprime o casamento, que dignifica e santifica; nem obriga quem quer que seja a fazer esses votos.
O fim do casamento é conservar o gênero humano pela reprodução; o do celibato - conservá-lo pela santificação.
São dois agentes igualmente abençoados da conservação social.
Contra tudo isto o século alega as violações do celibato; mas estas não provam contra a beleza do preceito, nem contra a possibilidade de cumpri-lo, como as profanações do casamento não provam contra a beleza do matrimônio, nem contra a possibilidade da fidelidade conjugal.
Eu sei; os tempos são maus; a fé entibiou-se; muitos dos próprios que receberam de Deus a honra da mais bela das vocações não parecem prezar devidamente a incomparável formosura da continência.
Mas oh! não me alegueis essas misérias do celibato, porque eu vos poderia alegar, e o faria, se a dignidade do púlpito o comportasse, as inumeráveis do casamento!
Eu seria um sensato profligando o matrimônio porque para muitos o leito nupcial já não é, como dizia o Apóstolo, cheio de honra e de glória?!
Serão sensatos aqueles que deprimem o celibato clerical, e fazem propaganda do padre casado, porque há perjuros da continência, apostatas da virgindade?!
Quanto às leis da abstinência e do jejum, são tão antigas como mundo, apresentadas no antigo e novo testamento, como mortificações salutares, agradáveis a Deus, grandemente meritórias para o homem.
Deixo de lado as razões teológicas com que a Igreja as justifica; limito-me a citar duas autoridades insuspeitas. No seu livro admirável - Da medicina nas suas relações com a Religião, diz Vitteau: “Misturai o vosso vinho com muita água; comei pouco; numa palavra - jejuai. As vossas digestões dar-se-ão melhor; a vossa cabeça será menos pesada, os vossos olhos não parecerão mais sair das órbitas; vossa alma palpitará de alegria. A lei da abstinência e jejum é uma lei de conservação; e com admirável sabedoria a Igreja não a impõe senão quando o desenvolvimento físico é completo e o sistema ósseo plenamente consolidado.”
Em face da Europa culta, exclama também o apóstolo do jejum, o Conde Tolstoi: “Na sociedade atual, a virtude da abstinência está esquecida, e o jejum abandonado, considerado superstição grosseira. Mas sem abstinência não há vida moral possível. O homem é doente: tem paixões complicadas; e, para lutar contra suas tendências más, precisa combater em primeiro lugar as suas paixões fundamentais, que são - a gula e a luxuria. Se a primeira condição da vida moral é a abstinência, a primeira condição da abstinência é o jejum. Querer fazer grandes coisas sem estas prévias mortificações é querer andar sem pés. Vede os homens modernos: são elevados os assuntos de que se ocupam - filosofia, ciência, arte, poesia, distribuição da riqueza e do bem estar do povo, educação da mocidade; mas tudo isso para o maior número não passa de vã mentira: são questões de que se ocupam de passagem, no intervalo dos repastos, quando o estômago está cheio e não pode mais comer”.
Vinde; vinde agora vós todos que julgais a Igreja supersticiosa e opressiva nas mortificações que prescreve, e dizei se ela é ou não sábia e inspirada; se bem compreende ou não este sublime mistério da Flagelação, que vos apresenta hoje, não como uma cena de teatro, mas como um remédio, o único desta ferida universal: a luxúria.
A luxúria é a degradação das almas, o esgotamento das raças, o embrutecimento dos povos.
Descrevendo as causas da queda do império romano, disse um grande orador: “Roma come; e morre!”
Esta palavra é profunda: contém a origem de todas as anarquias, de todas as revoluções, de todas as rebeldias do orgulho do homem contra a sabedoria de Deus.
Não houve ainda uma monarquia, por mais poderosa, que resistisse à luxúria; uma só república que saísse incólume das desordens da sensualidade, que começa sempre pela impureza, entronizada nos livros, nos jornais, nos teatros, nos romances, nas artes, na literatura e na política.
Os povos que não amam a castidade; que não prezam a virgindade; que zombam do celibato; que desprezam as leis da abstinência e do jejum - são povos mortos!
Podem ter generais que com vara de ferro lhes imponham a lei; batalhões que pretendam galvanizá-los: são povos mortos. Podem ter estradas de ferro, fábricas numerosas, indústrias esplêndidas, todos os faustos da civilização material: são povos mortos. Podem ter pretensões a vida elevada da inteligência e do coração: não terão nunca a intuição das coisas delicadas e superiores do espírito.
Não terão nunca a frugalidade das raças disciplinadas. Sacrificarão os mais belos ideais da alma aos gozos mais torpes do corpo.
Podem ter pretensões a democracia e a liberdade: mas no ventre da gula afogarão a democracia, e diante de um banquete - apostatarão da liberdade! Roma come; e morre!
Quem mais do que ela compreende a sua nobreza e dignidade? Ouvi a sua doutrina.
Devemos respeitar o nosso corpo; e o seu primeiro título ao nosso respeito é ter sido feito pelas mãos de Deus; o segundo é ter sido feito pelo modelo do Verbo encarnado; o terceiro é ser o tabernáculo da alma.
Todas as criaturas saíram do nada, a uma palavra de Deus; o corpo, porém, foi feito pelo próprio Deus, que transfigurou em carne o barro primitivo; e, quantas vezes o modelava, tantas tinha diante dos olhos a carne do Adão futuro - Jesus Cristo.
Se vós, perguntava Tertuliano, que não sois tão hábeis como Deus, sabeis engastar as pedras preciosas da Índia e da Sitia, os rubins do Mar Vermelho, não no bronze, na prata, no ferro, mas no ouro mais trabalhado: se sabeis escolher para os vinhos e perfumes delicados vasos apropriados, Deus havia de escolher para a alma humana, feita à Sua imagem e semelhança, um tabernáculo menos digno?!
Não! Escolheu o corpo; e de tal modo o associou à alma, que ele é mais do que servo, é verdadeiro cooperador da alma e até mesmo seu co-herdeiro nos bens do tempo e da eternidade.
Vede: para que a alma seja batizada, é preciso que o corpo seja lavado.
Para que recebe a força necessária a sua derradeira jornada, é preciso que o corpo seja ungido.
Para que receba na ordenação dons especiais do Espírito Santo, é preciso que o corpo receba a imposição das mãos.
Para que o casamento se efetue, é preciso que dois corpos se permutem.
Para que a alma se nutra de Deus, é preciso que o corpo receba a carne e o sangue de Jesus Cristo.
Para que a alma faça penitência, é preciso que o corpo se mortifique.
É o corpo que lhe empresta as lágrimas da dor e do arrependimento, as mãos suplicantes para o céu, as genuflexões.
Para que a alma dê o supremo testemunho de sua fé, é preciso que o corpo sofra o martírio.
E de tal modo o corpo está associado à alma que diz o apóstolo São Paulo: “glorificai os vossos corpos, porque eles são membros de Jesus Cristo”.
Não é, portanto, a Igreja, mas o século que, desconhece a nobreza de nosso corpo; e o que ele chama libertá-lo é de fato escravizá-lo, porque a liberdade da carne, como a entende o século, é o homem entregue a todos os seus apetites, com os joelhos sobre tapetes, os olhos cheios de adultérios, e entregue a todas as abominações da sensualidade.
A castidade, a virgindade, o celibato, a abstinência e o jejum são preceitos regeneradores e não imposições absurdas.
A castidade, dizia São Francisco de Sales, é o lírio das virtudes, e tem entre todas as virtudes esta especialidade de ser ao mesmo tempo a virtude da alma e do corpo.
Ela tem sua origem no coração, mas pratica-se pelos sentidos, e, pois, perde-se, não só pelos pensamentos e desejos, mas por todos os sentidos exteriores: pode-se perdê-la por tantos modos quantos meios há de impureza.
Quanto à virgindade, ela é o ideal da carne; não, sem dúvida, da carne prostituída, mas disciplinada pela alma.
Não é só o coração do homem, diz a Escritura, que aspira a Deus; é também o seu corpo, a sua carne; e, quando tantas criaturas aviltam seu corpo até a condição dos brutos, é belo ver que outras o glorificam até a pureza dos anjos. Até a pureza do anjo, sim; porque o caráter do anjo é que ele não tem corpo, o caráter da virgindade é viver como se o tivesse.
Quem pode, perguntava eloqüente orador, descrever os encantos da virgindade? Eu sei que na terra há um amor puro, santo, sacramental; mas, por mais belo que ele seja - o amor conjugal tem duas enfermidades profundas: é terrestre, sujeito a influência dos sentidos: exclusivo, absorve dois seres um no outro, a custa dos grandes amores humanitários.
A virgindade é a necessidade de amar eternamente; é o amor além do túmulo; o amor que não será terrestre, nem exclusivo, não será absolvido por um só pensamento, mas no qual, os véus da carne despedaçados, o coração desoprimido do peso dos sentidos, Deus visto face a face, todos os eleitos serão como os anjos de Deus no céu.
Também o celibato não escraviza a natureza humana.
Todos os povos, diz De Maistre, acreditaram que há na continência alguma coisa de celeste que exalta o homem e o torna agradável a Divindade.
A história confirma-o. A Índia, a Pérsia, a Arábia, o Egito, a Grécia, Roma, tiveram preitos para este sentimento, que, sendo universal, deve ter uma causa universal.
A humanidade sempre entendeu que as funções sacerdotais não se harmonizam com o casamento; e a Igreja, conformemente à doutrina de Jesus Cristo, ao ensino dos apóstolos, doutores e padres, fez do celibato um preceito para certa ordem de pessoas.
Jesus Cristo viveu virgem; quis nascer de Mãe virgem; e o mistério da Eucaristia, não sendo senão a reprodução da Encarnação deve ser consumado por um sacerdócio votado a continência.
A Igreja exalta a virgindade, estabelece o celibato; mas por isso não deprime o casamento, que dignifica e santifica; nem obriga quem quer que seja a fazer esses votos.
O fim do casamento é conservar o gênero humano pela reprodução; o do celibato - conservá-lo pela santificação.
São dois agentes igualmente abençoados da conservação social.
Contra tudo isto o século alega as violações do celibato; mas estas não provam contra a beleza do preceito, nem contra a possibilidade de cumpri-lo, como as profanações do casamento não provam contra a beleza do matrimônio, nem contra a possibilidade da fidelidade conjugal.
Eu sei; os tempos são maus; a fé entibiou-se; muitos dos próprios que receberam de Deus a honra da mais bela das vocações não parecem prezar devidamente a incomparável formosura da continência.
Mas oh! não me alegueis essas misérias do celibato, porque eu vos poderia alegar, e o faria, se a dignidade do púlpito o comportasse, as inumeráveis do casamento!
Eu seria um sensato profligando o matrimônio porque para muitos o leito nupcial já não é, como dizia o Apóstolo, cheio de honra e de glória?!
Serão sensatos aqueles que deprimem o celibato clerical, e fazem propaganda do padre casado, porque há perjuros da continência, apostatas da virgindade?!
Quanto às leis da abstinência e do jejum, são tão antigas como mundo, apresentadas no antigo e novo testamento, como mortificações salutares, agradáveis a Deus, grandemente meritórias para o homem.
Deixo de lado as razões teológicas com que a Igreja as justifica; limito-me a citar duas autoridades insuspeitas. No seu livro admirável - Da medicina nas suas relações com a Religião, diz Vitteau: “Misturai o vosso vinho com muita água; comei pouco; numa palavra - jejuai. As vossas digestões dar-se-ão melhor; a vossa cabeça será menos pesada, os vossos olhos não parecerão mais sair das órbitas; vossa alma palpitará de alegria. A lei da abstinência e jejum é uma lei de conservação; e com admirável sabedoria a Igreja não a impõe senão quando o desenvolvimento físico é completo e o sistema ósseo plenamente consolidado.”
Em face da Europa culta, exclama também o apóstolo do jejum, o Conde Tolstoi: “Na sociedade atual, a virtude da abstinência está esquecida, e o jejum abandonado, considerado superstição grosseira. Mas sem abstinência não há vida moral possível. O homem é doente: tem paixões complicadas; e, para lutar contra suas tendências más, precisa combater em primeiro lugar as suas paixões fundamentais, que são - a gula e a luxuria. Se a primeira condição da vida moral é a abstinência, a primeira condição da abstinência é o jejum. Querer fazer grandes coisas sem estas prévias mortificações é querer andar sem pés. Vede os homens modernos: são elevados os assuntos de que se ocupam - filosofia, ciência, arte, poesia, distribuição da riqueza e do bem estar do povo, educação da mocidade; mas tudo isso para o maior número não passa de vã mentira: são questões de que se ocupam de passagem, no intervalo dos repastos, quando o estômago está cheio e não pode mais comer”.
Vinde; vinde agora vós todos que julgais a Igreja supersticiosa e opressiva nas mortificações que prescreve, e dizei se ela é ou não sábia e inspirada; se bem compreende ou não este sublime mistério da Flagelação, que vos apresenta hoje, não como uma cena de teatro, mas como um remédio, o único desta ferida universal: a luxúria.
A luxúria é a degradação das almas, o esgotamento das raças, o embrutecimento dos povos.
Descrevendo as causas da queda do império romano, disse um grande orador: “Roma come; e morre!”
Esta palavra é profunda: contém a origem de todas as anarquias, de todas as revoluções, de todas as rebeldias do orgulho do homem contra a sabedoria de Deus.
Não houve ainda uma monarquia, por mais poderosa, que resistisse à luxúria; uma só república que saísse incólume das desordens da sensualidade, que começa sempre pela impureza, entronizada nos livros, nos jornais, nos teatros, nos romances, nas artes, na literatura e na política.
Os povos que não amam a castidade; que não prezam a virgindade; que zombam do celibato; que desprezam as leis da abstinência e do jejum - são povos mortos!
Podem ter generais que com vara de ferro lhes imponham a lei; batalhões que pretendam galvanizá-los: são povos mortos. Podem ter estradas de ferro, fábricas numerosas, indústrias esplêndidas, todos os faustos da civilização material: são povos mortos. Podem ter pretensões a vida elevada da inteligência e do coração: não terão nunca a intuição das coisas delicadas e superiores do espírito.
Não terão nunca a frugalidade das raças disciplinadas. Sacrificarão os mais belos ideais da alma aos gozos mais torpes do corpo.
Podem ter pretensões a democracia e a liberdade: mas no ventre da gula afogarão a democracia, e diante de um banquete - apostatarão da liberdade! Roma come; e morre!
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