
Tiago, irmão do Senhor, chamado Justo, desde a juventude absteve-se de vinho, cerveja e carne, nunca se cortou os cabelos nem usou de unguentos e banhos. Só a ele era permitido entrar no Santo dos santos. Ele usava vestes de linho, e, pela assiduidade da oração, fez calos nos joelhos, de modo que ficaram tão duros como o couro de camelo. Após a ascensão de Cristo, os Apóstolos fizeram-lhe bispo de Jerusalém, e até o príncipe dos Apóstolos enviou-lhe alguém que lhe anunciasse que havia sido liberdado do cárcere por um Anjo. E quando, no concílio de Jerusalém, surgiu uma controvérsia acerca da lei e da circuncisão, Tiago, seguindo a sentença de Pedro, pronunciou um sermão aos irmãos, no qual provou a vocação dos Gentios, e mandou que fosse escrito para os irmãos ausentes, para que não impusessem aos Gentios o jugo da lei mosaica. É também dele que o Apóstolo fala aos Gálatas: Não vi nenhum outro Apóstolo, senão Tiago, irmão do Senhor.
Tanta era, pois, a santidade da vida de Tiago, que certos homens queriam tocar a orla de suas vestes. Tendo ele 96 anos de vida, e presidindo santissimamente por 30 anos aquela Igreja, pregando Cristo Filho de Deus com máxima constância, primeiro foi apedrejado, e, em seguida, conduzido ao lugar mais alto do templo, donde foi precipitado. Com as pernas quebradas e jazendo quase morto, extendia as mãos aos céus e rogava a Deus pela salvação deles com estas palavras: Perdoai-lhes, Senhor, porque não sabem o que fazem. Estando ele nessa oração, bateram-lhe fortemente na cabeça com um porrete de ferreiro, e ele entregou a alma a Deus, no sétimo ano de Nero, e foi sepultado perto do templo donde fôra precipitado. Escreveu uma das sete epístolas chamadas católicas.
Fonte: Breviário Romano.
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