Crescia no amor do Bom Deus, sentia no meu coração impulsos até então desconhecidos, tinha, às vezes, verdadeiros transportes de amor. Numa noite, não sabendo como declarar a Jesus que o amava, e quanto desejava que ele fosse amado e glorificado em toda parte, veio-me com grande dor o pensamento que do inferno ele não poderia jamais receber um único ato de amor. Disse então ao Bom Deus que, para lhe dar prazer, de bom grado consentiria em ver-me ali imersa, a fim de que ele fosse eternamente amado naquele lugar de blasfêmia... Sabia que isso não poderia glorificá-lo, mas quando se ama, sente-se a necessidade de dizer mil desatinos. Se falava assim, não era porque o Céu não aguçasse minha ambição. Mas, então, o Céu para mim não era outra coisa senão o Amor.
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