A ALMA DE TODO APOSTOLADO
J. B. Chautard
Parte 1/4
Este livro apenas se dirige a homens de obras, animados por ardente desejo de trabalhar pela salvação das almas, mas expostas a negligenciar as medidas necessárias para que sua dedicação produza frutos fecundos nas almas, sem que para eles próprios se torne um dissolvente de vida interior.
Estimular os pretensos apóstolos que prestam culto ao repouso; galvanizar as almas iludidas pelo egoísmo que lhes mostra na ociosidade um meio de favorecer a piedade; sacudir a indiferença desses indolentes, desses inertes que, com a esperança de alguns proveitos ou honras, estão dispostos a aceitar certas obras, contanto que elas em nada perturbem seu sossego e seu ideal de tranquilidade: tal não é nosso fito. Essa tarefa reclamaria uma obra especial.
Deixando, pois, a outros o cuidado de fazer compreender a essa categoria de apáticos as responsabilidades de uma existência que Deus quisera ativa e que o demônio, de concerto com a natureza, torna infecunda por falta de atividade e de zelo, voltemos aos queridos e veneráveis colegas para quem especialmente escrevemos.
Nenhuma comparação pode exprimir bem a intensidade infinita de atividade que existe no seio de Deus. A vida interior do Pai é tal que gera uma pessoa divina. Da vida interior do Pai e do Filho procede o Espirito Santo.
A vida interior comunicada aos apóstolos no cenáculo imediatamente lhes inflamou o zelo.
Para todas as pessoas instruídas que se não esforçam por desvirtuá-la, essa vida interior é um princípio de dedicação.
Ainda que se não revelasse por manifestações exteriores, a vida de oração é sempre em si e intimamente fonte de atividade, a nenhuma outra comparável. Nada mais falso do que ver nela qual oásis, servindo de refúgio aos que sossegadamente querem passar sua vida. Basta que seja o caminho que mais diretamente conduz ao reino dos céus para que o texto: Regnum coelorum vim pratitur, et violenti rápiunt illud lhe deve ser especialmente aplicado.
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