Sermão: Domingo
in Albis
A alegria de pertencer à
única Igreja de Cristo
Em nome do Pai, e do Filho e do
Espírito Santo. Amém.
Estamos no Domingo Quasimodo, devido às primeiras palavras ditas no Introito
da Missa, que fala do renascimento em Cristo do novo homem que não busca mais
pecar. Esse domingo também é conhecido como Domingo in Albis, isto é, Domingo
Branco, pois antigamente nessa época os catecúmenos recém-batizados ainda se
vestiam de branco devido ao batismo feito na Vigília Pascal e permaneciam assim
até esse domingo inclusive. Esse branco simboliza a pureza na vontade e o
brilho da luz na inteligência recebidos pelo Espírito Santo através do caráter
batismal. Tantas graças não devem ser recebidas em vão, por isso antes de
receber o batismo, deve-se entender bem as consequências reais que isso
acarretará na vida de alguém. Não é um mero símbolo, mas algo que tem uma
eficácia real, sendo um grave sacrilégio caso alguém o receba mais de uma vez ou
de modo indevido.
A eficácia do batismo é o próprio Cristo. Não apenas Cristo
simplesmente, mas Cristo ressuscitado. Todavia é impossível ressuscitar sem ter
antes morrido, algo que parece escapar à compreensão de muitos carismáticos que
falam apenas de Cristo ressuscitado e esquecem da morte de Cristo. E para uma
pessoa morrer, passa-se antes por grandes sofrimentos, sendo o da separação da
alma do corpo o maior de todos, sendo vão se perguntar se morrer de um jeito ou
de outro é mais doloroso ou não, visto que todos passarão por esse sofrimento
máximo que é o da alma como que sendo
arrancada do corpo. E para alguém sofrer e morrer, é preciso antes viver. E
para alguém viver é preciso antes nascer. E para um homem nascer é preciso que
tenha uma mãe. Nesse sentido, um verdadeiro católico não deve ser um festeiro
que pensa apenas na ressurreição de Cristo como se isso justificasse que ele
pudesse fazer o que quiser de sua vida, como pensam os protestantes. O
verdadeiro católico sabe que Cristo não apenas ressuscitou, como nasceu, viveu,
padeceu e morreu por nós. Essa visão completa de Cristo diferencia radicalmente
o modo de ser de um católico de um protestante que aceita Cristo como que pela
metade, mutilado. Buscar a Cristo e ignorar sua mãe, Maria Santíssima, também é
uma forma de mutilação. Não é correto chamar os protestantes de cristãos, pois
não seguem a Cristo mas sim a si mesmos e suas opiniões puramente humanas.
Cristão é quem segue a Cristo integralmente, o qual deixou apenas a Igreja
Católica como fiel guardiã de seus ensinamentos e sacramentos. Fora da Igreja
Católica Apostólica Romana não há salvação.
E isso entenderam muito bem os catecúmenos que foram batizados na
Vigília Pascal, algo que muitos ditos católicos, mesmo padres e bispos, ou
esqueceram ou não querem entender. Nos tempos atuais é altamente temerário e
beira a má-fé dizer que “Cristo fundou a Igreja”. Não. Deve-se dizer a verdade
de modo claro e completo: “Cristo fundou a Igreja Católica Apostólica Romana”,
para não confundir a Sua Igreja com os dejetos frutos do trabalho das mãos dos
homens. Excluem-se aqui até mesmo os ortodoxos, que são tão parecidos com os
católicos, mas que, por exclusiva culpa própria, se separaram da Igreja de
Cristo e se mantêm unidos numa espécie de cadáver congelado no tempo. Que Deus
tenha piedade dos cismáticos e dos hereges que estão fora da única Igreja de
Cristo. Que eles abandonem seus erros e busquem a verdadeira Igreja de Cristo,
como rezamos na Sexta-Feira Santa.
Devemos dar graças a Deus de estarmos na única e verdadeira Igreja de
Cristo, pela qual morreu e ressuscitou Nosso Senhor.
Ao longo da oitava de Páscoa, isto é, dos oitos dias seguidos ao domingo
de Páscoa, as leituras da Missa falam sempre das várias aparições de Cristo
ressuscitado. De modo gradual, vemos primeiro que o sepulcro onde foi posto
estava vazio. Tal ainda não prova a ressurreição, mas dá indícios dela. Depois
Cristo aparece diante de alguns discípulos, algo muito mais impressionante, mas
ainda restaria a possibilidade de ser uma aparição, um fantasma ou uma ilusão
da imaginação dos presentes. Enfim, Cristo aparece e se deixa tocar, mostrando
que ele era 100% real, tinha um corpo sólido, comia e bebia, tinha as chagas,
só que agora ressuscitado para nunca mais morrer.
Todas essas coisas nos devem reviver o fervor que devemos ter de sermos
católicos, de termos um santo orgulho, o qual não deve ser egoísta, mas
irradiar nos nossos próximos para que todos possam compartilhar dessa alegria
imensa que a Igreja deseja a Nossa Senhora quando cantamos no final da missa:
Rainha do Céu, alegre-se, aleluia!
Renovemos nossas promessas do batismo e sejamos alegres por sermos
católicos, com uma sábia alegria, pois um católico triste não é digno de
crédito!
Em nome do Pai, e do Filho e do
Espírito Santo. Amém.
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