22 de abril de 2015

Sermão Domingo in Albis - Padre Renato Coelho - IBP

Sermão: Domingo in Albis

A alegria de pertencer à única Igreja de Cristo

Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Estamos no Domingo Quasimodo, devido às primeiras palavras ditas no Introito da Missa, que fala do renascimento em Cristo do novo homem que não busca mais pecar. Esse domingo também é conhecido como Domingo in Albis, isto é, Domingo Branco, pois antigamente nessa época os catecúmenos recém-batizados ainda se vestiam de branco devido ao batismo feito na Vigília Pascal e permaneciam assim até esse domingo inclusive. Esse branco simboliza a pureza na vontade e o brilho da luz na inteligência recebidos pelo Espírito Santo através do caráter batismal. Tantas graças não devem ser recebidas em vão, por isso antes de receber o batismo, deve-se entender bem as consequências reais que isso acarretará na vida de alguém. Não é um mero símbolo, mas algo que tem uma eficácia real, sendo um grave sacrilégio caso alguém o receba mais de uma vez ou de modo indevido.
A eficácia do batismo é o próprio Cristo. Não apenas Cristo simplesmente, mas Cristo ressuscitado. Todavia é impossível ressuscitar sem ter antes morrido, algo que parece escapar à compreensão de muitos carismáticos que falam apenas de Cristo ressuscitado e esquecem da morte de Cristo. E para uma pessoa morrer, passa-se antes por grandes sofrimentos, sendo o da separação da alma do corpo o maior de todos, sendo vão se perguntar se morrer de um jeito ou de outro é mais doloroso ou não, visto que todos passarão por esse sofrimento máximo que é  o da alma como que sendo arrancada do corpo. E para alguém sofrer e morrer, é preciso antes viver. E para alguém viver é preciso antes nascer. E para um homem nascer é preciso que tenha uma mãe. Nesse sentido, um verdadeiro católico não deve ser um festeiro que pensa apenas na ressurreição de Cristo como se isso justificasse que ele pudesse fazer o que quiser de sua vida, como pensam os protestantes. O verdadeiro católico sabe que Cristo não apenas ressuscitou, como nasceu, viveu, padeceu e morreu por nós. Essa visão completa de Cristo diferencia radicalmente o modo de ser de um católico de um protestante que aceita Cristo como que pela metade, mutilado. Buscar a Cristo e ignorar sua mãe, Maria Santíssima, também é uma forma de mutilação. Não é correto chamar os protestantes de cristãos, pois não seguem a Cristo mas sim a si mesmos e suas opiniões puramente humanas. Cristão é quem segue a Cristo integralmente, o qual deixou apenas a Igreja Católica como fiel guardiã de seus ensinamentos e sacramentos. Fora da Igreja Católica Apostólica Romana não há salvação.
E isso entenderam muito bem os catecúmenos que foram batizados na Vigília Pascal, algo que muitos ditos católicos, mesmo padres e bispos, ou esqueceram ou não querem entender. Nos tempos atuais é altamente temerário e beira a má-fé dizer que “Cristo fundou a Igreja”. Não. Deve-se dizer a verdade de modo claro e completo: “Cristo fundou a Igreja Católica Apostólica Romana”, para não confundir a Sua Igreja com os dejetos frutos do trabalho das mãos dos homens. Excluem-se aqui até mesmo os ortodoxos, que são tão parecidos com os católicos, mas que, por exclusiva culpa própria, se separaram da Igreja de Cristo e se mantêm unidos numa espécie de cadáver congelado no tempo. Que Deus tenha piedade dos cismáticos e dos hereges que estão fora da única Igreja de Cristo. Que eles abandonem seus erros e busquem a verdadeira Igreja de Cristo, como rezamos na Sexta-Feira Santa.
Devemos dar graças a Deus de estarmos na única e verdadeira Igreja de Cristo, pela qual morreu e ressuscitou Nosso Senhor.
Ao longo da oitava de Páscoa, isto é, dos oitos dias seguidos ao domingo de Páscoa, as leituras da Missa falam sempre das várias aparições de Cristo ressuscitado. De modo gradual, vemos primeiro que o sepulcro onde foi posto estava vazio. Tal ainda não prova a ressurreição, mas dá indícios dela. Depois Cristo aparece diante de alguns discípulos, algo muito mais impressionante, mas ainda restaria a possibilidade de ser uma aparição, um fantasma ou uma ilusão da imaginação dos presentes. Enfim, Cristo aparece e se deixa tocar, mostrando que ele era 100% real, tinha um corpo sólido, comia e bebia, tinha as chagas, só que agora ressuscitado para nunca mais morrer.
Todas essas coisas nos devem reviver o fervor que devemos ter de sermos católicos, de termos um santo orgulho, o qual não deve ser egoísta, mas irradiar nos nossos próximos para que todos possam compartilhar dessa alegria imensa que a Igreja deseja a Nossa Senhora quando cantamos no final da missa: Rainha do Céu, alegre-se, aleluia!
Renovemos nossas promessas do batismo e sejamos alegres por sermos católicos, com uma sábia alegria, pois um católico triste não é digno de crédito!

Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

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