O Símbolo dos Apóstolos
7º artigo: Donde há-de vir para julgar os vivos e os mortos
1. Ensinam-nos estas palavras "donde há-de vir a julgar os vivos e os mortos" que Jesus Cristo virá no fim do mundo com toda a majestade e de um modo visível, julgar todos os homens e dar a cada um segundo as suas obras.
2. Pela expressão "vivos", entendo: 1º os bons ou os justos; 2º aqueles que estiverem ainda com vida quando aparecer Jesus Cristo, mas que morrerão e ressuscitarão num instante.
3. Por "mortos" entendo: 1º os maus ou condenados; 2º os que tiverem morrido desde o princípio do mundo, mas que ressuscitarão afim de serem julgados.
4. Seremos julgados pelo bem ou pelo mal que tivermos praticado por pensamentos, palavras, ações e omissões. Este julgamento será tão rigoroso que Jesus Cristo declara no Evangelho que teremos de dar conta de todas as palavras ociosas, isto é, de todas as palavras inúteis ou para nós ou para o nosso próximo.
5. Sabemos que o Juízo Final se realizará quando acabar o mundo, mas ignoramos quando o mundo deixará de existir. Deus não no-lo quis revelar para estarmos sempre preparados.
6. Anunciarão a chegada próxima do Supremo Juíz muitos sinais de que nos fala o Evangelho: Escurecerá o sol, a lua deixará de dar claridade, cairão as estrelas do Céu, haverá tremores de terra e as ondas do mar farão ouvir um ruído horrível.
7. São Marcos narra-o nos seguintes termos: "Naqueles dias haverá tribulações como não houve desde o princípio do mundo que Deus criou, até agora, nem haverá mais. E se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma pessoa se salvaria; mas Ele os abreviou em atenção aos eleitos que escolheu. Então se alguém vos disser: Eis aqui está o Cristo, ou, ei-lO acolá, não lhe deis crédito; porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, e farão prodígios e milagres para enganarem, se fosse possível, até os escolhidos. Estai, pois, de sobreaviso; eis que Eu vos predisse tudo. Naqueles dias, depois daquela tribulação, o sol escurecer-se-á e a lua não dará a sua claridade, e as estrelas cairão do céu e as potestades que estão nos céus serão abaladas. Então verão o Filho do Homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória. E enviará os Seus anjos e juntará os Seus escolhidos dos quatro ventos, desde a extremidade da terra até a extremidade do Céu. Ouvi uma comparação tirada da figueira; quando os seus ramos estão já tenros e as folhas brotam, sabeis que está perto o Verão; assim também quando virdes acontecer estas coisas, sabei que ele está perto, às portas. Na verdade vos digo que não passará esta geração sem que se cumpram todas estas coisas. Passarão o céu e a terra, mas as Minhas palavras não hão-de passar. A respeito porém desse dia ou dessa hora, ninguém sabe, nem os anjos nos Céus, nem o Filho, mas só o Pai. Estai de sobreaviso, vigiai e orai, porque não sabeis quando será o momento. Será como um homem que, empreendendo uma viagem, deixou a sua casa e delegou a autoridade aos seus servos, indicando a cada um a sua tarefa, e ordenou ao porteiro que estivesse vigilante. Vigiai, pois, visto que não sabeis quando virá o senhor da casa, se de tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo de repente, não vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: "Vigiai!" (Marcos XIII, 19-31)
8. Além do Juízo Final, há o Juízo particular, que acontece logo quando morremos. No Juízo particular a alma comparece sozinha diante apenas de Deus; no Juízo Final a alma reunida ao corpo será julgada diante de todos os homens.
9. O Juízo Final não modificará a sentença proferida no Juízo particular, mas servirá para fazer brilhar diante de todos a justiça de Deus, a divindade de Jesus Cristo, a glória dos bons, a confusão dos maus.
Explicação da gravura
10. Representa a gravura o Juízo Final. Jesus está sentado sobre nuvens, cercado pelos anjos e santos, precedido da Cruz. A Virgem está à sua direita, e Jesus diz aos eleitos: "Vinde, benditos de meu Pai, possuir o reino que vos tinha preparado desde a criação do mundo." (Mat. XXV, 34)
11. O anjo vingador está à esquerda, arremessando os condenados para o Inferno, depois do Supremo Juiz lhes ter feito ouvir a terrível sentença: "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o demônio e os seus anjos." (Mat. XXV, 41)
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