11 de julho de 2009

Sexto Domingo depois de Pentecostes: "Tenho compaixão da multidão" (Mc VIII 1-9)

Homilia de Santo Ambrósio
Livro 6 sobre Lucas, capítulo 9 depois do início

Depois daquela mulher que, representando a Igreja, foi curada de um fluxo de sangue, e depois dos Apóstolos serem destinados a pregar o evangelho do reino de Deus, é distribuído o alimento da graça celeste. Ora, note-se a quem esse é distribuído. Não aos ociosos, nem àqueles que, na cidade, se assentam na sinagoga ou em lugares seculares de dignidade, mas àqueles que, em meio aos desertos, procuravam Cristo. Esses que não desdenham fazê-lo, são recebidos por Cristo, e com eles fala o Verbo de Deus, não de coisas terrenas, mas do reino de Deus. E, se carregam as feridas geradas pela paixão carnal, gratamente lhas cura com a Sua medicina.

Portanto, após os curar da dor das feridas, livrava-os do jejum, com alimentos espirituais. Destarte, ninguém recebe alimento de Cristo, sem antes ser curado; e aqueles que são chamados à ceia, para serem chamados, antes são curados. Se era coxo, para que viesse, recebeu a faculdade de caminhar. Se era seus olhos eram privados de vista, não pudera entrar na casa do Senhor, antes que lhes fosse restituída a vista.

Por isso, nesse ensinamento se mantém a ordem os sacramentos, de me modo que primeiro seja dispensada o remédio para a remissão das feridas dos pecados, e, depois, abunde a mesa do alimento celeste, embora a multidão ainda não tenha sido restaurada com um alimento mais forte do que esse, nem seus corações foram apascentados pelo corpo e sangue de Cristo, como os que têm uma fé mais sólida. Diz [São Paulo]: "Leite vos dei, e não comida; não éreis capazes dela, como ainda agora não o sois". Os cinco pães são como se fosse esse leite; a refeição mais sólida, é o o Corpo de Cristo; a bebida mais forte, o sangue do Senhor.

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