A SANTÍSSIMA EUCARISTIA E A OBTENÇÃO DA GLÓRIA
Santo Tomás de Aquino
(Suma Teológica III, q.79, a.2)
“Diz o Evangelho de João: “Quem comer deste pão viverá para a eternidade” (Jo VI, 52). Ora, a vida eterna é a vida da glória. Logo, efeito deste sacramento é a obtenção da glória”.
“Pode-se considerar neste sacramento de uma parte, aquilo de onde ele produz o seu efeito, a saber o próprio Cristo, que ele contém, e a sua paixão, que ele representa. De outra parte, aquilo pelo que ele produz seu efeito, a saber o uso do sacramento e as espécies sacramentais. Por esse duplo título, este sacramento causa a obtenção da vida eterna. Pois, o próprio Cristo abriu-nos, pela sua paixão, os átrios da vida eterna, como se lê na Carta aos Hebreus: “Ele é mediador de uma nova aliança, de um testamento novo; tendo a sua morte intervindo, os que são chamados podem receber a herança eterna já prometida’ (Hb IX, 15). Por isso, diz-se na forma deste sacramento: “Este é o cálice do meu sangue, da nova e eterna aliança”.
De igual modo, a refeição espiritual da comida e a unidade significada pelas espécies do pão e do vinho são possuídas já na vida presente, mas imperfeitamente. No estado da glória, o serão perfeitamente. Por isso, Agostinho, ao comentar o texto de João: “Minha carne é verdadeiramente comida” (Jo VI, 56), diz: “Já que os humanos procuram com a comida e a bebida não ter mais fome nem sede, isto só é concedido verdadeiramente pela comida e bebida que tornam aqueles que as consomem imortais e incorruptíveis na sociedade dos santos, onde haverá a paz e uma unidade completa e perfeita” ” (resp.).
“A paixão de Cristo, por cujo poder este sacramento age, é causa suficiente da glória, não de maneira que por ela sejamos imediatamente introduzidos na glória, pois devemos antes “com ele sofrer” para “com ele ser glorificados”, como diz Paulo (Rm VIII, 17). Assim também, este sacramento não nos introduz imediatamente na glória, mas alcança-nos a força de chegar à glória. Por isso, ele se chama “viático”. De maneira figurada, lê-se no livro dos Reis que Elias “comeu e bebeu e depois, fortificado por aquele alimento, caminhou quarenta dias e quarenta noites até a montanha de Deus, o Horeb” (III Rs XIX, 8)” (ad 1).
“Como a paixão de Cristo não surte efeito naqueles que se relacionam com ela de maneira indevida, assim também não obtém a glória eterna aqueles que recebem este sacramento de maneira indigna. Por isso, Agostinho, ao comentar o texto de João, diz: “Uma coisa é o sacramento, outra coisa sua força. Muitos participam do altar, e, ao participar, morrem. Comei pois de maneira espiritual o pão celeste: aproximai-vos do altar com inocência. Desta sorte, não nos devemos admirar se aqueles que não guardam a inocência, não obtenham o efeito do sacramento” ”(ad 2).
“Pode-se considerar neste sacramento de uma parte, aquilo de onde ele produz o seu efeito, a saber o próprio Cristo, que ele contém, e a sua paixão, que ele representa. De outra parte, aquilo pelo que ele produz seu efeito, a saber o uso do sacramento e as espécies sacramentais. Por esse duplo título, este sacramento causa a obtenção da vida eterna. Pois, o próprio Cristo abriu-nos, pela sua paixão, os átrios da vida eterna, como se lê na Carta aos Hebreus: “Ele é mediador de uma nova aliança, de um testamento novo; tendo a sua morte intervindo, os que são chamados podem receber a herança eterna já prometida’ (Hb IX, 15). Por isso, diz-se na forma deste sacramento: “Este é o cálice do meu sangue, da nova e eterna aliança”.
De igual modo, a refeição espiritual da comida e a unidade significada pelas espécies do pão e do vinho são possuídas já na vida presente, mas imperfeitamente. No estado da glória, o serão perfeitamente. Por isso, Agostinho, ao comentar o texto de João: “Minha carne é verdadeiramente comida” (Jo VI, 56), diz: “Já que os humanos procuram com a comida e a bebida não ter mais fome nem sede, isto só é concedido verdadeiramente pela comida e bebida que tornam aqueles que as consomem imortais e incorruptíveis na sociedade dos santos, onde haverá a paz e uma unidade completa e perfeita” ” (resp.).
“A paixão de Cristo, por cujo poder este sacramento age, é causa suficiente da glória, não de maneira que por ela sejamos imediatamente introduzidos na glória, pois devemos antes “com ele sofrer” para “com ele ser glorificados”, como diz Paulo (Rm VIII, 17). Assim também, este sacramento não nos introduz imediatamente na glória, mas alcança-nos a força de chegar à glória. Por isso, ele se chama “viático”. De maneira figurada, lê-se no livro dos Reis que Elias “comeu e bebeu e depois, fortificado por aquele alimento, caminhou quarenta dias e quarenta noites até a montanha de Deus, o Horeb” (III Rs XIX, 8)” (ad 1).
“Como a paixão de Cristo não surte efeito naqueles que se relacionam com ela de maneira indevida, assim também não obtém a glória eterna aqueles que recebem este sacramento de maneira indigna. Por isso, Agostinho, ao comentar o texto de João, diz: “Uma coisa é o sacramento, outra coisa sua força. Muitos participam do altar, e, ao participar, morrem. Comei pois de maneira espiritual o pão celeste: aproximai-vos do altar com inocência. Desta sorte, não nos devemos admirar se aqueles que não guardam a inocência, não obtenham o efeito do sacramento” ”(ad 2).
Nenhum comentário:
Postar um comentário