13 de agosto de 2011

ROGAR E CANTAR A MARIA (V)

Oração à Bem-aventurada Virgem para a hora da morte

1) Amabilíssima Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, rica, além de todo limite, de uma doçura tão notável que a mente humana não pode compreender nem expressar, eu, humilde servido teu, me inclino submisso e com todo o afeto do coração diante de teu gloriosíssimo trono, exaltado por todos os coros angelicais no Reino dos céus.

2) Tu a mereceste, digníssima Mãe de Deus, porque foste achada a mais humilde entre as filhas de Jerusalém e foste agradável aos olhos do Senhor, Virgem estimadíssima, dado que não se encontrou na terra nenhuma outra semelhante a ti. Portanto, me inclino uma vez mais ante teus pés desejando saudar-te e louvar-te como é devido com lábios devotos e coração puro.

3) Mãe excelsa, demasiado sei que não sou digno de alçar meus olhos impuros, com freqüência manchados pela concupiscência da carne e pela soberba da vida, até teu limpidíssimo rosto, radiante de luz divina, admirado por toda milícia celestial. Em tudo tu luzes esplêndida, ornada maravilhosamente de cândidos véus e rosas vermelhas e pequenas flores de ouro. Por isso fico confuso por minha impureza, pensando tristemente em minha indignidade.

4) Por tua clemência e por tua doçura, sinto ainda surgir em mim a grande e forte esperança de poder impetrar quanto antes a graça e o pleno perdão, à mercê de tua intervenção e de tua mediação. E que outra coisa poderia desejar de tua parte, misericordiosíssima Mãe e dulcíssima Virgem, fora sentir-me perdoado de todos os pecados com amor e misericórdia?

5) Em virtude desta clemência e generosidade, me refugio sob seu amparo, onde os débeis adquirem força e os presos obtêm liberdade. Seja para meu coração Mãe boa e misericordiosa, para que possa experimentar com felicidade que és a consoladora de todos e o incentivo dos que te servem.

6) Ademais, ó Maria, gloriosíssima Mãe de Deus, desde este momento e até a última hora de minha vida, rogo-te que não te canses nunca de olhar-me com semblante sereno e propício e também com dulcíssimo afeto, e que jamais sintas fadiga de velar por mim. Põe-me sob tua proteção e estende teus santíssimos braços sobre mim, qualquer que seja o lugar onde eu for.

7) Quando chegar para mim o último dia, que eu ignoro, e a hora de minha morte, que tanto temo mas que não posso evitar, tu, clementíssima Senhora, minha grande confiança em qualquer dificuldade e sobretudo na hora da morte, recorda-te de mim e assiste-me quando terminar minha vida, confortando a minha alma envergonhada.

8) Nesse momento, protege a minha alma dos espíritos imundos e espantosos, para que não se atrevam a aproximar-se; e digna-te visitá-la com tua doce presença, junto à multidão dos anjos e dos santos. Antes que eu deixe este mundo, compromete-te também a aplacar com teus puríssimos rogos a teu divino Filho, ao que tantas vezes e tão gravemente ofendi com meus pecados.

9) Recebe logo minha alma que se distancia deste desterro, e introduz-la através das portas do céu aos felizes lugares do paraíso. Coloca-me junto a ti e fale em meu favor ao teu Filho, Rei dos séculos, com palavras boas e suaves, tu que recebeste aquela saudação santa e bendita da boca de Gabriel. Por seu poder digna-te proteger-me em vida e na morte, e faça que eu possa manifestar com freqüência, com reconhecimento e com devoto coração, teu louvor e a glória de teu doce e bendito nome.

10) Aceita, então, a oração que teu servidor recita ante ti, e olha-me, misericordiosíssima Mãe de Jesus, amadíssima Virgem Maria. Recorda-te sempre de mim, posto que se eu alguma vez me esqueço de ti, fico por isto muito entristecido. Não te esquece nunca de mim, tu que geraste a misericórdia para todos.

11) Agora te saúdo, ó Virgem Maria, te saúdo de joelhos e com intensa devoção, agradecendo-te uma vez mais com aquela devota homenagem: “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é contigo, tu és a bendita entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre, Jesus Cristo. Amém.”

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de Maria nunquam satis"
"sobre Maria nunca se falará o bastante"
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(KEMPIS, Tomás de. Imitación de María: Libro Cuarto, Capítulo V. pág. 121 - 124)

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