Fontes dos erros protestantes
A multiplicação dos pães no deserto é uma das cenas que encerram ensinamentos admiráveis e práticos.
Jesus Cristo tinha claramente em vista o grande Sacramento do amor: a Eucaristia, como tinha em vista a doutrina evangélica.
A primeira é o alimento das almas, a segunda é o alimento do espírito, e da assimilação destes dois alimentos, resulta o amor do coração.
A inteligência precisa de luz. É a doutrina que lhe revela as maravilhas divinas.
A vontade necessita de força: é a Eucaristia, pão dos fortes, que lhe dá esta força.
O coração quer amar; mas para amar deve conhecer o objeto amável, sentir-se atraído para ele, pela vontade, de modo que a presença deste duplo pão de vida é uma nova nota distintiva da Igreja verdadeira, como a sua ausência é uma prova de falsidade.
Meditemos hoje este mistério de amor; considerando como a Igreja Católica nos administra este duplo alimento, e como a Igreja protestante fica dele completamente privada. Em outros termos, vejamos num contraste flagrante o ensino:
1. Da Igreja Católica.
2. Da Igreja protestante.
Estes dois aspectos da verdade são um raio de luz intensa que dissipa a doutrina falsa e fria do protestantismo.
O ensino Católico é de uma harmonia perfeita, adaptando-se admiravelmente às aspirações da humanidade.
De que precisa o homem neste mundo?
De duas coisas: luz e força.
A luz é o Evangelho; a força é a Eucaristia.
Quanto ao Evangelho, Católicos e protestantes adotam-no integralmente, embora com variantes na tradução, que os últimos facilmente desviam do sentido verdadeiro.
O Evangelho contém a palavra de Deus, como o código civil contém as leis, e o código penal, os castigos existentes numa nação.
Ora, todo livro precisa de um interprete; é absolutamente necessário. Uma palavra morta não pode governar um país; é necessária a palavra viva, atual, adaptada ao caso e às circunstâncias.
O código civil possui os advogados, juízes, desembargadores, para explicarem e aplicarem as leis.
O código penal tem a polícia, fiscais, coletores, para exigirem a aplicação de multas e penas às contravenções.
Como é que o código evangélico não teria seus intérpretes, suas autoridades legitimamente estabelecidas para o explicarem e adaptarem aos homens?
É o que se faz na Igreja Católica. O código existe, mas este código é explicado por autoridades competentes as quais Jesus Cristo disse claramente: Ide e ensinai a todas as gentes. . . Eis que estou convosco até a consumação dos séculos... Quem vos escuta, escuta a mim! etc.
Tal é a luz para nossa inteligência; vejamos agora a força para nossa vontade.
O Evangelho faz notar que Jesus tinha compaixão da multidão de povo que o havia seguido, porque ela estava em jejum e quase caindo de fraqueza. É bem o nosso caso.
Não basta ter boa vontade para seguir o divino Mestre; é preciso ainda a força para terminar a jornada e perseverar até o fim.
E eis que Jesus Cristo nos dá um alimento divino... E que alimento!...
Ele começa por nos apresentar este alimento:
Eu sou o pão da vida (Joan. VI. 48)
Este e o pão que desceu do céu, para que o que dele comer não morra!
O que me come viverá por mim!
A minha carne é verdadeira comida.
Não há, pois, dúvida, Jesus Cristo dá o seu próprio corpo e sangue eucarísticos, como alimento das almas.
E este alimento não é simplesmente de conselho, mas de absoluta necessidade, sob pena de não se poder entrar no reino do céu.
Se não comerdes a carne do Filho do homem... não tereis a vida em vós. (Joan. VI. 54)
A Igreja verdadeira de Jesus Cristo deve, pois, apresentar a seus filhos este alimento do corpo de Jesus Cristo e esta oferta torna-se um dos sinais característicos da verdadeira Igreja.
A Igreja Católica apresenta a seus filhos o Evangelho como alimento do espírito, e a Eucaristia ou corpo de Jesus sacramentado como alimento da sua alma, conforme o mandamento do Salvador.
Ela tem, pois, os característicos próprios da verdade.
A igreja protestante, ou melhor: o protestantismo, pois os protestantes não tendo chefe não formam uma sociedade ou igreja - o protestantismo pretende ser a religião verdadeira.
Vejamos se ela satisfaz, pelo menos a estes dois requisitos, impostos por Jesus Cristo, e tão admiravelmente preenchidos pela Igreja Católica.
O protestantismo adota a Bíblia como regra de fé, porém, não no sentido que Jesus Cristo lhe deu, ou que uma autoridade competente lhe outorga, mas conforme a interpretação pessoal de cada um.
Ora, isto é o maior absurdo que se possa imaginar. A interpretação de qualquer texto corresponde mais ou menos à capacidade intelectual de cada um.
Além disso, há vários modos de interpretação: a interpretação literal e metafórica; sem falar das várias interpretações místicas (alegóricas, tropológicas e anagógicas).
É na interpretação que está o grande erro protestante, chamado: “livre interpretação”.
O sentido literal é o que primeiro ocorre, resultando do sentido natural das palavras, tomadas em sua aceitação comum.
O sentido metafórico, ao contrário, em vez de tomar o sentido das palavras, toma o sentido da imagem expressa.
Quando Jesus Cristo diz: Eu sou e verdade, entendemos que Ele é de fato: a verdade; mas quando Ele diz: Eu sou o bom Pastor: entendemos, não que Ele seja Pastor, mas sim que tem o desvelo e o zelo de um pastor.
No primeiro caso é o sentido literal da palavra que se deve adotar; no segundo caso, é o sentido metafórico, ou o da imagem expressa.
Compreende-se que admitindo a liberdade de aceitar o sentido que se quiser, a Bíblia deixa de ser a palavra de Deus, para tornar-se a palavra do homem.
A Igreja não permite tal troca de sentidos, mas exige que se adote em primeiro lugar o sentido literal, e no caso de este sentido exprimir um absurdo ou uma contradição, que se recorra então ao sentido metafórico.
Eis como falta aos protestantes o alimento do espírito: a verdadeira palavra de Deus.
Vejamos agora como lhes falta, outrossim, o pão da alma. É uma conseqüência do primeiro erro.
Como vimos, Jesus Cristo disse clara e expressamente: A minha carne é verdadeira comida... Eu sou o pão da vida, e na última Ceia Ele diz sobre o pão ázimo: Isto é o meu corpo.
Tudo é luminoso para nós Católicos.
Nós compreendemos que Jesus Cristo mudou o pão em seu corpo, e dando-nos este pão do Céu, nos dá verdadeiramente o seu corpo para ser o alimento da nossa alma.
Tal é o sentido literal claramente expresso pelas palavras: pão, comida, ter a vida; são três expressões claras que demonstram que elas se devem tomar no seu sentido literal.
Para nós Católicos é claro; mas para os protestantes é uma balbúrdia. Não admitem o sentido literal, por oposição à Igreja, mas recorrem ao sentido metafórico, dizendo que é uma comparação, um tropo ou figura, de que usou o Salvador, e traduzem truncando e falsificando completamente o texto: Isto é a figura de meu corpo ou: Isto é o símbolo do meu corpo.
Tal tradução faz desaparecer o pão do Céu, o pão de vida, o pão que é o corpo de Jesus Cristo.
Não se lembram os pobres hereges que o sentido literal deve ser adotado sempre por primeiro, e que só se pode recorrer ao segundo, no caso de o primeiro ser visivelmente absurdo.
Aqui não há nenhum absurdo: há um dom da bondade infinita de Deus, mas não uma impossibilidade.
E assim por diante. Com tal sistema, a palavra de Deus torna-se a palavra do homem, e o corpo de Jesus Cristo, em vez de ser o seu corpo, fica um simples pedaço de pão.
Do que precede, vê-se claramente que o protestantismo peca pela base, e que num gesto satânico que intitula: “interpretação individual” transtorna completamente o Evangelho, muda até a essência do Evangelho e faz desaparecer os mais sublimes mistérios de amor que contém, mudando-os em cerimônias grotescas e ridículas.
É assim que a consagração ensinada por Nosso Senhor a seus Apóstolos: Isto é o meu corpo - Fazei isto em memória de mim, mudou-se para os protestantes numa ridícula ceia. Onde comem um pedacinho do pão em lembrança do Senhor.
É o erro Fundamental do protestantismo, o qual o separou por completo da Igreja Católica e faz com que não possua mais nada da doutrina evangélica, embora conserve o livro evangélico.
Somente a Igreja Católica administra a seus filhos este duplo alimento espiritual: a doutrina que nutre o espírito, e a Comunhão da corpo do Salvador, que sustenta a alma.
Deste fato, concluo que só a religião Católica, entre as demais religiões, satisfaz as aspirações da alma humana e realiza textualmente a palavra divina.
Logo ela é a única Igreja verdadeira de Cristo, e as demais Igrejas são apenas fabricações humanas, sem nenhum valer para Deus e para o Céu.
1. Discussão de dois pastores
Navegavam dois ministros protestantes, que, para romper a monotonia da travessia, discutiam acerca do 39° versículo do capítulo V, de S. Mateus: “Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra”.
O colega acha isso razoável? Perguntou o menos fervoroso dos argüidores.
- Se não! Se está escrito!
- Vejamos a prova de sua sinceridade.
E sem dizer nem o, nem a, o manso filho de Lutero aplicou a mão na face direita do confrade, que, em silêncio e sem protestar, apresentou a face esquerda, levando estoicamente uma segunda tapona.
Depois, o paciente, que não era peco (1), molhou o dedo, virou algumas páginas do Evangelho e apontou fleumaticamente (2) o versículo 2° do capítulo VII, de S. Mateus, que diz: “Com a medida, com a qual medirdes, hão de vos medir também”.
E o bom pastor ministrou ao irmão na fé, meia dúzia de murros, capital e juros.
Alvoroçados com o estranho pugilato, perguntavam os passageiros:
- Que têm estes dois cavalheiros que assim brigam?
- Não é nada, respondeu um inglês, sem largar o cachimbo, não é nada! Estão os dois interpretando a Sagrada Escritura.
2. Palavra chistosa
Um ministro protestante quis um dia discutir religião com Mgr. de Cheverus.
O ilustre Prelado cortou pela raiz a discussão, perguntando ao protestante:
-Não está escrito, meu amigo, que “Judas foi enforcar se?”
- Sem dúvida, respondeu o ministro admirado.
- Não está escrito ainda: “Ide e fazei o mesmo!...” Pois vá, meu amigo, é preciso cumprir a Bíblia; admiro-me de o senhor o não ter feito ainda!
O ministro julgou prudente não discutir mais com um homem de tanto espírito!
Jesus Cristo tinha claramente em vista o grande Sacramento do amor: a Eucaristia, como tinha em vista a doutrina evangélica.
A primeira é o alimento das almas, a segunda é o alimento do espírito, e da assimilação destes dois alimentos, resulta o amor do coração.
A inteligência precisa de luz. É a doutrina que lhe revela as maravilhas divinas.
A vontade necessita de força: é a Eucaristia, pão dos fortes, que lhe dá esta força.
O coração quer amar; mas para amar deve conhecer o objeto amável, sentir-se atraído para ele, pela vontade, de modo que a presença deste duplo pão de vida é uma nova nota distintiva da Igreja verdadeira, como a sua ausência é uma prova de falsidade.
Meditemos hoje este mistério de amor; considerando como a Igreja Católica nos administra este duplo alimento, e como a Igreja protestante fica dele completamente privada. Em outros termos, vejamos num contraste flagrante o ensino:
1. Da Igreja Católica.
2. Da Igreja protestante.
Estes dois aspectos da verdade são um raio de luz intensa que dissipa a doutrina falsa e fria do protestantismo.
I. O ensino Católico
O ensino Católico é de uma harmonia perfeita, adaptando-se admiravelmente às aspirações da humanidade.
De que precisa o homem neste mundo?
De duas coisas: luz e força.
A luz é o Evangelho; a força é a Eucaristia.
Quanto ao Evangelho, Católicos e protestantes adotam-no integralmente, embora com variantes na tradução, que os últimos facilmente desviam do sentido verdadeiro.
O Evangelho contém a palavra de Deus, como o código civil contém as leis, e o código penal, os castigos existentes numa nação.
Ora, todo livro precisa de um interprete; é absolutamente necessário. Uma palavra morta não pode governar um país; é necessária a palavra viva, atual, adaptada ao caso e às circunstâncias.
O código civil possui os advogados, juízes, desembargadores, para explicarem e aplicarem as leis.
O código penal tem a polícia, fiscais, coletores, para exigirem a aplicação de multas e penas às contravenções.
Como é que o código evangélico não teria seus intérpretes, suas autoridades legitimamente estabelecidas para o explicarem e adaptarem aos homens?
É o que se faz na Igreja Católica. O código existe, mas este código é explicado por autoridades competentes as quais Jesus Cristo disse claramente: Ide e ensinai a todas as gentes. . . Eis que estou convosco até a consumação dos séculos... Quem vos escuta, escuta a mim! etc.
Tal é a luz para nossa inteligência; vejamos agora a força para nossa vontade.
O Evangelho faz notar que Jesus tinha compaixão da multidão de povo que o havia seguido, porque ela estava em jejum e quase caindo de fraqueza. É bem o nosso caso.
Não basta ter boa vontade para seguir o divino Mestre; é preciso ainda a força para terminar a jornada e perseverar até o fim.
E eis que Jesus Cristo nos dá um alimento divino... E que alimento!...
Ele começa por nos apresentar este alimento:
Eu sou o pão da vida (Joan. VI. 48)
Este e o pão que desceu do céu, para que o que dele comer não morra!
O que me come viverá por mim!
A minha carne é verdadeira comida.
Não há, pois, dúvida, Jesus Cristo dá o seu próprio corpo e sangue eucarísticos, como alimento das almas.
E este alimento não é simplesmente de conselho, mas de absoluta necessidade, sob pena de não se poder entrar no reino do céu.
Se não comerdes a carne do Filho do homem... não tereis a vida em vós. (Joan. VI. 54)
A Igreja verdadeira de Jesus Cristo deve, pois, apresentar a seus filhos este alimento do corpo de Jesus Cristo e esta oferta torna-se um dos sinais característicos da verdadeira Igreja.
A Igreja Católica apresenta a seus filhos o Evangelho como alimento do espírito, e a Eucaristia ou corpo de Jesus sacramentado como alimento da sua alma, conforme o mandamento do Salvador.
Ela tem, pois, os característicos próprios da verdade.
II. O ensino protestante
A igreja protestante, ou melhor: o protestantismo, pois os protestantes não tendo chefe não formam uma sociedade ou igreja - o protestantismo pretende ser a religião verdadeira.
Vejamos se ela satisfaz, pelo menos a estes dois requisitos, impostos por Jesus Cristo, e tão admiravelmente preenchidos pela Igreja Católica.
O protestantismo adota a Bíblia como regra de fé, porém, não no sentido que Jesus Cristo lhe deu, ou que uma autoridade competente lhe outorga, mas conforme a interpretação pessoal de cada um.
Ora, isto é o maior absurdo que se possa imaginar. A interpretação de qualquer texto corresponde mais ou menos à capacidade intelectual de cada um.
Além disso, há vários modos de interpretação: a interpretação literal e metafórica; sem falar das várias interpretações místicas (alegóricas, tropológicas e anagógicas).
É na interpretação que está o grande erro protestante, chamado: “livre interpretação”.
O sentido literal é o que primeiro ocorre, resultando do sentido natural das palavras, tomadas em sua aceitação comum.
O sentido metafórico, ao contrário, em vez de tomar o sentido das palavras, toma o sentido da imagem expressa.
Quando Jesus Cristo diz: Eu sou e verdade, entendemos que Ele é de fato: a verdade; mas quando Ele diz: Eu sou o bom Pastor: entendemos, não que Ele seja Pastor, mas sim que tem o desvelo e o zelo de um pastor.
No primeiro caso é o sentido literal da palavra que se deve adotar; no segundo caso, é o sentido metafórico, ou o da imagem expressa.
Compreende-se que admitindo a liberdade de aceitar o sentido que se quiser, a Bíblia deixa de ser a palavra de Deus, para tornar-se a palavra do homem.
A Igreja não permite tal troca de sentidos, mas exige que se adote em primeiro lugar o sentido literal, e no caso de este sentido exprimir um absurdo ou uma contradição, que se recorra então ao sentido metafórico.
Eis como falta aos protestantes o alimento do espírito: a verdadeira palavra de Deus.
Vejamos agora como lhes falta, outrossim, o pão da alma. É uma conseqüência do primeiro erro.
Como vimos, Jesus Cristo disse clara e expressamente: A minha carne é verdadeira comida... Eu sou o pão da vida, e na última Ceia Ele diz sobre o pão ázimo: Isto é o meu corpo.
Tudo é luminoso para nós Católicos.
Nós compreendemos que Jesus Cristo mudou o pão em seu corpo, e dando-nos este pão do Céu, nos dá verdadeiramente o seu corpo para ser o alimento da nossa alma.
Tal é o sentido literal claramente expresso pelas palavras: pão, comida, ter a vida; são três expressões claras que demonstram que elas se devem tomar no seu sentido literal.
Para nós Católicos é claro; mas para os protestantes é uma balbúrdia. Não admitem o sentido literal, por oposição à Igreja, mas recorrem ao sentido metafórico, dizendo que é uma comparação, um tropo ou figura, de que usou o Salvador, e traduzem truncando e falsificando completamente o texto: Isto é a figura de meu corpo ou: Isto é o símbolo do meu corpo.
Tal tradução faz desaparecer o pão do Céu, o pão de vida, o pão que é o corpo de Jesus Cristo.
Não se lembram os pobres hereges que o sentido literal deve ser adotado sempre por primeiro, e que só se pode recorrer ao segundo, no caso de o primeiro ser visivelmente absurdo.
Aqui não há nenhum absurdo: há um dom da bondade infinita de Deus, mas não uma impossibilidade.
E assim por diante. Com tal sistema, a palavra de Deus torna-se a palavra do homem, e o corpo de Jesus Cristo, em vez de ser o seu corpo, fica um simples pedaço de pão.
III. Conclusão
Do que precede, vê-se claramente que o protestantismo peca pela base, e que num gesto satânico que intitula: “interpretação individual” transtorna completamente o Evangelho, muda até a essência do Evangelho e faz desaparecer os mais sublimes mistérios de amor que contém, mudando-os em cerimônias grotescas e ridículas.
É assim que a consagração ensinada por Nosso Senhor a seus Apóstolos: Isto é o meu corpo - Fazei isto em memória de mim, mudou-se para os protestantes numa ridícula ceia. Onde comem um pedacinho do pão em lembrança do Senhor.
É o erro Fundamental do protestantismo, o qual o separou por completo da Igreja Católica e faz com que não possua mais nada da doutrina evangélica, embora conserve o livro evangélico.
Somente a Igreja Católica administra a seus filhos este duplo alimento espiritual: a doutrina que nutre o espírito, e a Comunhão da corpo do Salvador, que sustenta a alma.
Deste fato, concluo que só a religião Católica, entre as demais religiões, satisfaz as aspirações da alma humana e realiza textualmente a palavra divina.
Logo ela é a única Igreja verdadeira de Cristo, e as demais Igrejas são apenas fabricações humanas, sem nenhum valer para Deus e para o Céu.
EXEMPLOS
1. Discussão de dois pastores
Navegavam dois ministros protestantes, que, para romper a monotonia da travessia, discutiam acerca do 39° versículo do capítulo V, de S. Mateus: “Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra”.
O colega acha isso razoável? Perguntou o menos fervoroso dos argüidores.
- Se não! Se está escrito!
- Vejamos a prova de sua sinceridade.
E sem dizer nem o, nem a, o manso filho de Lutero aplicou a mão na face direita do confrade, que, em silêncio e sem protestar, apresentou a face esquerda, levando estoicamente uma segunda tapona.
Depois, o paciente, que não era peco (1), molhou o dedo, virou algumas páginas do Evangelho e apontou fleumaticamente (2) o versículo 2° do capítulo VII, de S. Mateus, que diz: “Com a medida, com a qual medirdes, hão de vos medir também”.
E o bom pastor ministrou ao irmão na fé, meia dúzia de murros, capital e juros.
Alvoroçados com o estranho pugilato, perguntavam os passageiros:
- Que têm estes dois cavalheiros que assim brigam?
- Não é nada, respondeu um inglês, sem largar o cachimbo, não é nada! Estão os dois interpretando a Sagrada Escritura.
2. Palavra chistosa
Um ministro protestante quis um dia discutir religião com Mgr. de Cheverus.
O ilustre Prelado cortou pela raiz a discussão, perguntando ao protestante:
-Não está escrito, meu amigo, que “Judas foi enforcar se?”
- Sem dúvida, respondeu o ministro admirado.
- Não está escrito ainda: “Ide e fazei o mesmo!...” Pois vá, meu amigo, é preciso cumprir a Bíblia; admiro-me de o senhor o não ter feito ainda!
O ministro julgou prudente não discutir mais com um homem de tanto espírito!
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1. Peco: néscio, estúpido.
2. Fleumaticamente: pachorrentamente, pacientemente.
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(MARIA, P. Júlio. Comentário Apologético do Evangelho Dominical. O Lutador, 1940, p. 270 – 277)
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