23 de Maio
Direito de Confiar
O Profeta Davi cantou ao Senhor:
Propilieris peccato meo, mullum est enim – “Usarás de indulgência para com meu pecado, pois ele é grande”.
Pois não deveria dizer ele o contrário? Observa um comentador das Escrituras. Se é grande o pecado, como há de ser isso motivo de perdão? Mas é que a Misericórdia se exercita e brilha tanto mais, quanto maior for a miséria. A minha miséria me confere um direito, e direito sagrado: o de confiar na Misericórdia. E, ou uso deste direito e me salvo, ou desprezo-o e me condeno. Tem mais direito quem mais necessita. Entre vinte ou mais enfermos, qual deve ser o primeiro socorrido? O que mais sofre, qual deve merecer a minha esmola em primeiro lugar? O mais necessitado, o que está a morrer de fome. Aplico ao caso o exemplo. Sou pecador, enfermo, leproso de tantos e tão graves pecados? Tenho ainda mais direito à Misericórdia Daquela que é a Saúde dos enfermos, o Refúgio dos pecadores! Sou pobre, fiquei na miséria de um filho pródigo, reduzido às condições de um guardador de porcos, ou de um mendigo das estradas? Devo e tenho direito de confiar na Tesoureira das Graças. Ah! O que espanta ao pecador, isto é, a Justiça Divina, deve consolar-me, porque Deus é Justo, sim, mas é também Misericordioso e tem pena de nossa miséria. E a prova mais bela é que nos entregou à misericórdia, dando-nos o direito sagrado e inviolável de confiar em Maria.
Mᴏɴs. Asᴄᴀ̂ɴɪᴏ Bʀᴀɴᴅᴀ̃ᴏ
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