28 de abril de 2009

Símbolos da Fé - 1ª Parte

Fonte:
Denzinger – Hünermann
Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral
Paulinas e Edições Loyola
Traduzido, com base na 40ª edição alemã (2005), aos cuidados de Peter
Hünermann, por +José Marino Luz e Johan Konings
2007


SÍMBOLOS DA FÉ

Os “Símbolos da fé” apresentados neste compêndio são fórmulas verbalmente fixadas, englobando as principais verdades da fé, confirmadas pela autoridade eclesiástica e quase sempre também destinadas a uma pública profissão de fé.

São deixadas de lado, portanto, nesta coleção, as fórmulas um tanto vagas citadas por autores eclesiásticos, ou não redigidas em forma estável, ou ainda, reconstruções meramente hipotéticas ou incertas. Também são excluídas fórmulas da fé de caráter meramente privado.

Os Símbolos que têm sua origem em ato solene do Magistério da Igreja e são de tal ordem doutrinal que podem ser equiparados aos outros documentos deste Magistério, encontram-se mais adiante, entre os “Documentos do Magistério da Igreja”, que constituem a segunda parte do presente compêndio. Destas fórmulas, o momento de origem é bem conhecido, pois se trata de Símbolos sinodais e de profissões de fé apresentadas ou recebidas pelos Sumos Pontífices.

Outros Símbolos, ao contrário, cuja origem permanece obscura, porque somente aos poucos integrados na vida eclesial e na liturgia, dificilmente podiam ser objeto de organização cronológica. Pareceu adequado reuni-los aqui num conjunto específico, de modo que Símbolos de origem comum ou aparentados entre si possam ser mais facilmente comparados.

SÍMBOLOS SIMPLES

Os seguintes Símbolos se compõem de uma série de artigos articulados na mesma ordem.

Epístola dos Apóstolos (Versão etiópica)

Obra apócrifa, escrita ca. 160-170 na Ásia Menor, da qual só foi conservada uma versão etiópica. Seu título, oculto no texto, foi descoberto por C. Schmidt; antes, erroneamente, era julgada parte de outra obra apócrifa, o Testamentum in Galilaea Domini Nostri Iesu Christi.

[Os cincos pães do milagre narrado em Mc 6,39 são explicados alegoricamente como Símbolo da fé, em cinco artigos:]

no Pai dominador do universo,
em Jesus Cristo, [nosso Salvador,]
e no Santo Espírito [Paráclito],
e na Santa Igreja,
e na remissão dos pecados.

Papiro litúrgico Der Balyzeh

É um fragmento do séc. VI, encontrado no Alto Egito, que contém a liturgia de meados do séc. IV, mas o Símbolo nele contido parece ser muito mais antigo.

Creio em Deus Pai onipotente
e em seu Filho unigênito, nosso Senhor Jesus Cristo,
e no Espírito Santo,
e na ressurreição da carne,
[na] santa Igreja católica.

Constituição da Igreja egípcia, por volta do ano 500

Remontam à Traditio Apostolica de Hipólito de Roma. Temos versões em copta (saídico e boaírico), etíope e árabe. Destas, a saídica é a que mais se aproxima do texto grego original de Hipólito. Nestas versões se encontram muitos Símbolos de fé tanto de forma simples como em forma desenvolvida posteriormente.

a) Versão copta: Símbolo batismal

Creio no Deus único, verdadeiro, Pai onipotente,
e em seu Filho unigênito Jesus Cristo, nosso Senhor e salvador,
e no seu Espírito Santo, que [tudo] vivifica,
a trindade consubstancial,
uma só divindade, um só poder, um só reino, uma só fé, um só batismo [cf. Ef 4,5] na santa Igreja católica e apostólica,
na vida eterna. Amém.

b) Versão etíope em forma de interrogação

Crê em um só Deus, Pai Onipotente,
e no seu Filho único Jesus Cristo, nosso Senhor e salvador,
e no Espírito Santo, que vivifica toda a criação,
a trindade igual quanto à divindade,
e um só Senhor, um só reino, uma só fé, um só batismo [cf. Ef 4,5] na santa Igreja católica,
e a vida eterna?

c) Versão etíope em forma declaratória

Creio em um só Deus Pai, dominador de tudo,
e em um só Filho, o Senhor Jesus Cristo,
e no Espírito Santo,
e na ressurreição da carne,
e na Igreja santa, una, católica.

Símbolo batismal da Igreja armênia (Símbolo breve)

Cremos na santíssima Trindade, no Pai e no Filho e no Espírito Santo,
na anunciação de Gabriel, [na concepção de Maria,] no nascimento de Cristo, no batismo, [na festa (?),] na paixão [voluntária], na crucificação, na sepultura de três dias, na [bem-aventurada] ressurreição, na ascensão deiforme, no sentar-se à direita do Pai, na vinda terrível [e gloriosa] –

nós professamos e cremos [nós cremos e professamos].

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