7 de abril de 2022

O BREVIÁRIO DA CONFIANÇA

7 de Abril

Um Beijo de Misericórdia e Amor

Um dia – conta a Irmã Benigna Consolata – eu pus ao lado da folha de papel em que escrevia uma estatueta do Menino Jesus. Um pequeno movimento que fiz a derrubou. Levantei-a do chão, sem demora, e dei um beijo em Nosso Senhor, dizendo: “Se não tivesses caído, não terias este beijo”. Ele respondeu: “É assim, minha Benigna, quando cometes uma falta involuntária. Não me ofendes, mas o ato da humildade e de amor que fazes depois, é o beijo que me dás, e eu não o teria recebido se não tivesses cometido essa imperfeição”.

Pode-se imaginar um símbolo mais comovedor da alegria que causamos ao Coração de Jesus quando, depois de nossas misérias quotidianas, voltamo-nos para Ele, cheios de confiança?

Nossas faltas – diz o Pe. Paul de Jaegher, S. J. – têm como missão principal fazer-nos conhecer experimentalmente e tocar com os dedos nossa imensa miséria e total impotência. Centenas, milhares de imitações não nos poderiam dar essa humildade sentida e vivida que, unicamente com a graça de Deus, a experiência, mil vezes repetida, de nossa miséria, pode dar-nos.

Abençoadas misérias que nos alcançam tanta misericórdia!

Mᴏɴs. Asᴄᴀ̂ɴɪᴏ Bʀᴀɴᴅᴀ̃ᴏ

6 de abril de 2022

O BREVIÁRIO DA CONFIANÇA

6 de Abril

Se Não Tivesse Caído…

Se caímos numa falta, devemos levantar-nos depressa, correr a Nosso Senhor e pedir-Lhe perdão, cheios de confiança. Não custa o perdão desde que nosso arrependimento seja bem humilde, sincero e firme o nosso propósito de emenda. Oh! Se compreendêssemos o Coração de Jesus! É todo misericórdia, doçura e perdão!

Ah! – dizia Santa Teresinha – Como a misericórdia e a bondade do Coração de Jesus são pouco conhecidas!

Caímos? Pois bem, levantemo-nos, e depressa! Quando o Filho Pródigo, do abismo de sua miséria, resolveu sair da abjeção em que vivia, disse:

– “Surgam!” Eu me levantarei!

E logo em seguida:

– “Et ibo ad Patrem” E irei ao meu Pai!

Sabemos como foi recebido. Façamos também assim depois de cada uma de nossas misérias. Um gesto de confiança no Coração de Jesus faz milagres.

Talvez – diz piedoso autor – que nem Madalena, nem Agostinho, nem Margarida de Cortona se houvessem santificado, se não tivessem caído. Os grandes no pecado costumam ser também grandes na santidade.

Ó meu Deus, como é bom a gente se sentir miserável. E depois de uma queda, tocar o chão duro da própria miséria, e chorar, arrependido, e experimentar a doçura de Vossa Misericórdia!… Se não tivesse caído, não seria tão feliz!

Oh! Feliz culpa! Oh! Culpa feliz! Dizia Santo Agostinho.

Mᴏɴs. Asᴄᴀ̂ɴɪᴏ Bʀᴀɴᴅᴀ̃ᴏ

5 de abril de 2022

O BREVIÁRIO DA CONFIANÇA

5 de Abril

Vantagens de Minhas Misérias

Uma das artes mais belas é a de aproveitar as nossas misérias para o nosso progresso espiritual, assim como se aproveita o esterco, nos jardins, para florescimento das rosas e açucenas de esquisito e delicado perfume. Quanto mais fracos e miseráveis nos sentimos, tanto mais nos regozijemos, porque nossas caras misérias, como dizia uma alma santa, fazem-nos humildes, desconfiados de nós próprios, matam nossa suficiência e, por isso mesmo, unem-nos mais a Nosso Senhor, se, num gesto de amor e arrependimento, voltamo-nos logo para Ele. Nossas misérias têm suas vantagens, e grandes. Fazem-nos pacientes e cheios de indulgência para com as misérias alheias, causam-nos uma como desconfiança de nós mesmos e nos obrigam a recorrer, a cada passo, à Misericórdia Divina.

Como é bom sentir-se a gente pobre, fraco, miserável, incapaz de todo bem! Isso, que levaria ao desespero certas almas orgulhosas, deve encher-nos de confiança cega, bem obstinada, no Coração de Jesus.

Sou fraco? Vós sois o Divino Forte, ó Jesus! Sustentai-me! Sou pobre? Vós sois a Riqueza infinita. Valei-me! Nada posso, nada tenho, nada sou? Que fazer? Humilhar-me, abater meu orgulho e tudo esperar da Misericórdia Divina.

Só nossas misérias nos podem dar tais sentimentos, e só um milhão de experiências pessoais no campo da fraqueza nos levarão a crer nas vantagens de nossas misérias…

Mᴏɴs. Asᴄᴀ̂ɴɪᴏ Bʀᴀɴᴅᴀ̃ᴏ

4 de abril de 2022

Oração a Santo Isidoro

 

Santo Isidoro de Sevilha (c. 560, Cartagena - 4 de abril de 636, Sevilha) serviu como arcebispo de Sevilha por mais de três décadas e é considerado, nas palavras do historiador Montalembert como, "o último acadêmico do mundo antigo".

De fato, ao lado de seu irmão, Leandro, ajudou na conversão dos visigodos e arianos ao catolicismo; numa época marcada pela decadência e invasões bárbaras.

Isidoro foi o primeiro escritor cristão a tentar compilar uma "summa" do conhecimento universal em sua obra-prima, a Etymologiae, conhecida também pelos classicistas como "Origines" (abreviada como "Orig."). Ele foi canonizado em 1598 pelo Papa Clemente VIII, e hoje, por sua eloquência, conhecimento e por sua capacidade de arquivologia ainda em vida, Santo Isidoro é tido pela Igreja hoje como o Padroeiro da Internet.

Peçamos sempre ao bom Santo Isidoro pelo correto usufruto das redes, e por uma navegação sempre proveitosa às nossas almas, e ao próximo.

A oração abaixo foi composta pelo Pe. John Zuhlsdorf:

"Deus Todo Poderoso , que nos criou à Vossa imagem e nos mandastes buscar tudo o que é bom, verdadeiro e belo, especialmente na pessoa divina de Vosso Filho Unigênito, Nosso Senhor Jesus Cristo, permiti-nos que, pela intercessão de Santo Isidoro, bispo e doutor, durante nossas navegações pela internet, dirijamos nossas mãos e nossos olhos apenas àquelas coisas que Vos são aprazíveis e que tratemos com caridade e paciência todas aquelas almas que encontrarmos pelo caminho. Por Cristo Nosso Senhor.

Amém".

Santo Isidoro de Sevilha, rogai por nós.



O BREVIÁRIO DA CONFIANÇA

4 de Abril

"Um Tempo Precioso”

A doença, dizia São Vicente de Paulo, é um estado quase insuportável à natureza. E, contudo, é ela um dos mais poderosos meios de que Deus se serve para nos fazer entrar no cumprimento de nossos deveres, para desligar-nos dos afetos ao pecado e para nos encher com os dons de Sua graça. É pela doença que as almas se purificam e as que não são virtuosas encontram um meio eficaz de o ser. Nenhum estado há mais próprio do que este para a prática do bem. E por que é assim tão precioso o tempo da doença? Porque na enfermidade se exercita maravilhosamente a fé, brilha a esperança com mais esplendor, a resignação, o amor de Deus, todas as virtudes aí encontram matéria ampla para se exercer.

O verdadeiro tempo de expiar os pecados e de experimentar a graça do perdão é o da doença, diz Bossuet. Enquanto esse espinho nos fere e incomoda, pesa sobre nós a Mão de Deus e Ele próprio nos impõe a penitência, segundo a medida da Sua infinita Misericórdia.

Para que não percamos um tesouro tão grande do Céu, como o que nos vem pela doença, Nosso Senhor só nos impõe uma condição: a que aceitemos conformados e resignados a Sua Santíssima Vontade. Então, por que não aproveitar bem a doença, já que a temos de sofrer de qualquer modo?

Mᴏɴs. Asᴄᴀ̂ɴɪᴏ Bʀᴀɴᴅᴀ̃ᴏ

3 de abril de 2022

O BREVIÁRIO DA CONFIANÇA

3 de Abril

Calvário e Tabor

Muitos querem servir a Deus no Tabor e bem poucos o querem no Calvário. No Tabor da saúde, que diligência, que zelo, que boa vontade! As orações se prolongam por longos minutos, e até por horas, ao pé do Sacrário. Louvam, bendizem ao Senhor como o Profeta-Rei em todas as maravilhas da criação. Cantam o “Magnificat” e o “Te-Deum”. Veio o calvário da doença, com a cruz do leito, os cravos e feridas, dores por todo o corpo, o fel das amarguras e desgostos da vida. Aí desaparece a piedade! Ao “Te-Deum”, sucede um “Miserere” sem contrição, e ao “Magnificat”, um “De profundis” queixoso e desolado. Se louvamos a Deus na saúde, por que não O bendizer na doença? É que só queremos fazer a Vontade de Deus quando essa Santa Vontade está conforme a nossa. Quando Deus quer que estejamos doentes, queremos estar sãos. Quando Ele quer que exerçamos a paciência, queremos exercer a humildade, a devoção, a oração ou outra qualquer virtude, não por ser mais da Vontade de Deus, mas por O ser da nossa. É um erro e de consequências lamentáveis na vida espiritual. Acostumemos a nossa pobre e rebelde natureza à paciência e à resignação, principalmente na doença. No Tabor da saúde façamos, sim, a nossa tenda aos pés do Senhor, mas não nos esqueçamos de que precisamos, também como Nossa Senhora, ficar ao pé da cruz, resignados e humildemente submissos à Vontade de Deus!

Mᴏɴs. Asᴄᴀ̂ɴɪᴏ Bʀᴀɴᴅᴀ̃ᴏ

2 de abril de 2022

O BREVIÁRIO DA CONFIANÇA

2 de Abril

Tudo tem seu Tempo!

A divina Providência nos prepara de tal forma os dias e horas e acontecimentos de nossa vida, que tudo vem a seu tempo, já marcado nos desígnios eternos. E estejamos bem certos disso – para nosso bem ou em mira do nosso bem eterno. Se soubermos aproveitar as ocasiões, se não abusarmos de nossa liberdade, podemos ganhar, a cada instante, ricos tesouros de graças e méritos para o Céu. A doença, como a saúde, vem a seu tempo. Há tempo de gozar e tempo de sofrer, tempo de rir e tempo de chorar. Veio a doença? Resignemo-nos. Agora Nosso Senhor me quer sofrendo com Ele na cruz. Quisera trabalhar, realizar tantos projetos para a glória de Deus e o bem das almas! Por que me crucifica Deus em um leito, justamente agora, quando ia realizar meus projetos? – Assim dizem muitos, desolados. E se queixam e quase blasfemam da Divina Providência! Que insensatez! Deus não precisa de nós! Qualquer instrumento Lhe serve para realizar os seus desígnios e salvar as almas. Não sejamos tão presunçosos. Resignemo-nos. Quando Deus nos convida ao sofrimento, dispensa-nos da ação – diz São Francisco de Sales. – Por isso – acrescenta o Santo – uma hora de sofrimento por amor e submissão à Vontade de Deus vale mais do que muitos dias de trabalhos, feitos com menos amor. Tudo tem seu tempo! Agora é tempo de sofrer? Aceito, Jesus! Seja o que Vós quiserdes!

Mᴏɴs. Asᴄᴀ̂ɴɪᴏ Bʀᴀɴᴅᴀ̃ᴏ

1 de abril de 2022

O BREVIÁRIO DA CONFIANÇA

1 de Abril

Um Bom Doente

Não vos queixeis, desesperados, dessa enfermidade que vos prende ao leito dias e dias, e nem sequer vos permite rezar como quereis. Paciência! O leito de um enfermo, como disse São Francisco de Sales, é um altar de sacrifício. Feliz o justo que não perturba esse sacrifício com seus gritos e murmúrios e, adorando essa Mão benfazeja que se oculta nos instrumentos que emprega, dá os seus golpes salutares, adora também esses golpes e sente todo o mérito da distinção que com eles recebe. Como sua alma sairá brilhante do cadinho das tribulações! Como ouro experimentado sete vezes. Não podeis rezar? Contentai-vos com sofrer pacientemente a moléstia e oferecer vossos sofrimentos a Nosso Senhor, em piedosas jaculatórias, embora entrecortadas pelos gemidos. Na doença, um ato de conformidade com a Vontade de Deus vale por mil orações e penitências no tempo da saúde. Poupai o vosso organismo durante a enfermidade. Se vos cansa uma oração longa, fazei uma oração curta. Se não podeis rezar de joelhos, rezai sentado e, se até sentado vos cansais, rezai deitado. Obedecei ao médico que vos ordena repouso. Nosso Senhor bem sabe que a vossa fraqueza não permite esforço penoso. As jaculatórias devem ser a oração preferida dos enfermos. São curtas e, brotada da alma, agradam tanto ao coração de Jesus! Portanto, obedecei ao médico e aos enfermeiros e contentai-vos em ser um bom doente… É só isso que Nosso Senhor deseja de vós!

Mᴏɴs. Asᴄᴀ̂ɴɪᴏ Bʀᴀɴᴅᴀ̃ᴏ