Quatro condições necessárias para cumprir o preceito do amor de Deus
Havendo-se perguntado a Cristo, antes da Paixão, qual era o maior e primeiro mandamento, respondeu: Amarás ao Senhor teu Deus de todo seu coração e de toda a sua alma, e de todo o seu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. (Mat, XXII, 37).
Verdadeiramente este é o maior mandamento, o mais notável e o mais útil. Nele se cumprem todos os demais; porém para cumpri-lo perfeitamente se requerem quatro condições:
1a) A recordação dos benefícios divinos: pois quanto temos, o corpo, os bens exteriores, tudo o temos de Deus; e portanto é mister que lhe sirvamos com tudo isto e que o amemos com coração perfeito. Com efeito, é muito ingrato recordar os benefícios de alguém e não amá-lo. Recordando Davi os benefícios de Deus, manifestava. Tuas são todas as coisas; temos-te dado as coisas que recebemos de tua mão. Por isso no louvor de Davi diz o Eclesiástico: De todo seu coração louvou ao Senhor, e amou ao Deus que lhe fez (XLVII, 10).
2a) Consideração da excelência divina. Porque maior é Deus que nosso coração. (I Jo. III, 20). Pelo qual, se Lhe servimos de todo o coração e com todas as forças, ainda permanecemos pequenos. Glorificai ao Senhor quanto mais puderes, que ainda sobrepujará... Bendizei ao Senhor, exaltai quanto podeis; porque maior é que todo louvor. (Ecle. XLIII, 32.)
3a) A renúncia às coisas do mundo e da terra. Pois faz grande injúria a Deus o que equipara alguma coisa a Ele. A quem pois, haveis assemelhado a Deus? (Is. XL, 18) Equiparamos as coisas com Deus quando amamos as coisas temporais e corruptíveis juntamente com Deus; porém isto é absolutamente impossível. Portanto se diz: Estreita é a cama, de modo que um dos dois há de cair; e uma manta curta não pode cobrir a um e a outro. (Is. XXVIII, 20.)
4a) É mister evitar todo pecado; porque ninguém pode amar a Deus estando em pecado. Por conseguinte, se vives em pecado, não ama a Deus. Amáva-Lhe o que dizia: Recorda-te, te suplico, de como tenho andado diante de ti com verdade e com coração perfeito. (Is. XXXVIII, 3). E o profeta Elías: Até quando cambaleará por ambos os lados? (III Reg. XVIII, 21.) Assim como o coxo se inclina a um lado e outro, assim também o pecador que umas vezes peca, e outras trata de buscar a Deus. Por isso diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração. (Joel., II, 12) – (In Decalog., c. V.)
Verdadeiramente este é o maior mandamento, o mais notável e o mais útil. Nele se cumprem todos os demais; porém para cumpri-lo perfeitamente se requerem quatro condições:
1a) A recordação dos benefícios divinos: pois quanto temos, o corpo, os bens exteriores, tudo o temos de Deus; e portanto é mister que lhe sirvamos com tudo isto e que o amemos com coração perfeito. Com efeito, é muito ingrato recordar os benefícios de alguém e não amá-lo. Recordando Davi os benefícios de Deus, manifestava. Tuas são todas as coisas; temos-te dado as coisas que recebemos de tua mão. Por isso no louvor de Davi diz o Eclesiástico: De todo seu coração louvou ao Senhor, e amou ao Deus que lhe fez (XLVII, 10).
2a) Consideração da excelência divina. Porque maior é Deus que nosso coração. (I Jo. III, 20). Pelo qual, se Lhe servimos de todo o coração e com todas as forças, ainda permanecemos pequenos. Glorificai ao Senhor quanto mais puderes, que ainda sobrepujará... Bendizei ao Senhor, exaltai quanto podeis; porque maior é que todo louvor. (Ecle. XLIII, 32.)
3a) A renúncia às coisas do mundo e da terra. Pois faz grande injúria a Deus o que equipara alguma coisa a Ele. A quem pois, haveis assemelhado a Deus? (Is. XL, 18) Equiparamos as coisas com Deus quando amamos as coisas temporais e corruptíveis juntamente com Deus; porém isto é absolutamente impossível. Portanto se diz: Estreita é a cama, de modo que um dos dois há de cair; e uma manta curta não pode cobrir a um e a outro. (Is. XXVIII, 20.)
4a) É mister evitar todo pecado; porque ninguém pode amar a Deus estando em pecado. Por conseguinte, se vives em pecado, não ama a Deus. Amáva-Lhe o que dizia: Recorda-te, te suplico, de como tenho andado diante de ti com verdade e com coração perfeito. (Is. XXXVIII, 3). E o profeta Elías: Até quando cambaleará por ambos os lados? (III Reg. XVIII, 21.) Assim como o coxo se inclina a um lado e outro, assim também o pecador que umas vezes peca, e outras trata de buscar a Deus. Por isso diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração. (Joel., II, 12) – (In Decalog., c. V.)
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(Tradução do Espanhol - AQUINO, Tomás de - Meditaciones: Entresacadas de sus obras. EMECÉ editores, S.A – Buenos Aires, 1948 - p. 611-612.)
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